sexta-feira, 25 de março de 2011
BIOGRAFIA DA BANDA SYSTEM OF A DOWN
História
Primórdios (1992-1997)
Tudo começou quando Serj Tankian conheceu Daron Malakian, em meados de 1992 visto que tinham interesses em comum, ficaram amigos e formaram uma banda de garagem chamada Soil. A banda era originalmente formada por Serj Tankian, como vocalista e teclista, Daron Malakian como guitarrista, Dave Hakopyan no baixo e Domingo Laranio na bateria. Neste período eles conheceram Shavo Odadjian. Mais ou menos um ano depois, com apenas um show feito e poucas gravações feitas, Domingo e Dave deixaram a banda, dizendo que esta não iria a lugar nenhum.
Após o final dos Soil, em 1994, Serj Tankian e Daron Malakian mudaram o nome da banda para System of a Down, cujo nome foi uma adaptação de um poema feito por Daron chamado "Victims of the Down", pois Shavo achou "System" mais interessante e de maior impacto. Shavo Odadjian, que era o empresário da banda, largou o cargo e entrou nela como baixista, deixando assim, seu lugar de empresário para David "Beno" Benveniste. Pouco depois, o grupo ficava completo com a adição de Andy Khachaturian na bateria. Rapidamente começaram a trabalhar em demos como "P.I.G." ("Mr. Jack" em Steal This Album) e "Flake", tendo feito ainda um cover da canção "The Metro", da banda Berlin, todos estes demos fazem parte da compilação Untitled 1995 Demo Tape. Rumores dizem que além dessas demos, foram gravadas outras, como "Friik!!" (versão de 1995), "36" (versão de 1995) e "Roulette" (com baixo e violão). Nos anos de 1995,1996 e 1997, eles lançaram três fitas demo com a intenção de promover a banda, na esperança que alguém gostasse de suas músicas e os contratassem.
A primeira fita demo contava com as canções "Suitepee" (tudo junto, diferente da versão final), "Sugar", "DAM" e "P.L.U.C.K.". A segunda fita demo tinha as canções "Honey", "Temper" e "Soil". A terceira fita era composta por "Know", "War?" e "Peep-Hole" (separado por hífen, diferente da versão final). Entre 1994 e 1997, o SOAD fez vários shows em bares e clubes como o Whisky a Go Go, Viper Room e The Palace. Já no ano de 1997, Andy Khachaturian abandona os SOAD com uma lesão na mão sendo substituído por John Dolmayan. Após a performance do novo baterista, ainda sem contrato oficial, em dois concertos realizados em clubes e locais do gênero, o produtor Rick Rubin, ainda sem qualquer compromisso com o grupo, gostou da banda e pediu para manterem contato com ele. Perto do final do ano é gravado mais um demo, mas desta vez com o intuito de ser lançado apenas para as gravadoras - os fãs e restante público só tiveram acesso a este registro anos mais tarde quando foi disponibilizado na Internet, conhecidas como a quarta fita demo.
O começo do sucesso (1998-2000)
De todas as gravadoras que receberam o demo, é a American Recordings, de Rick Rubin, que acaba se mostrando interessada, e assim que o contrato é selado, a banda entra em estúdio para gravar seu primeiro álbum. Ainda em 1997, os concertos dos SOAD foram batizados com o nome The Dark Red Experience.
No verão do ano seguinte, é editado o álbum de estréia auto-intitulado da banda. Em junho de 1998 é lançado o disco. "Sugar" e "Spiders" foram os primeiros singles a ganhar desde cedo destaque nas rádios. Algumas músicas que faziam parte da "quarta fita demo" ficaram de fora do álbum, sendo elas "Blue", "Friik!!", "Metro", "Marmalade", "Storaged" e "36", dando lugar a "Suggestions", que não estava na fita, porém, "Marmalade" e "Storaged" foram lançadas em uma edição especial do disco, apenas no Japão. Após o lançamento do álbum, a banda entrou em turnê, abrindo shows para Slayer e Sepultura, chegando até a atuar no palco secundário do Ozzfest de 1998. A banda chegou a fazer turnê com Incubus e Fear Factory.
Em 1999, o SOAD lança uma edição especial do seu primeiro álbum, com disco duplo, e contava com quatro canções ao vivo, gravadas emNova York, sendo elas: "Know", "War?", "Suite-Pee" e "Sugar". Chega o ano 2000 e o SOAD está ganhando espaço no mundo musical, mas ainda não é uma banda muito conhecida. Então eles fazem uma versão de estúdio para a canção "Snowblind", do Black Sabbath, cuja entrou no álbum em tributo a banda chamado Nativity in Black II. Nesse mesmo ano, começam a preparar o álbum que levou a banda ao auge, o Toxicity, disco que seria lançado no ano seguinte. Em alguns shows desse ano, a banda chegou a tocar as canções "Prison Song" e "Psycho", mas ainda eram versões não-terminadas e então diferentes das versões finais. No final do ano deu-se início às gravações de Toxicity, além de fazerem o primeiro show beneficente em homenagem às vítimas do genocídio armêmio, o Souls, onde boatos dizem que tocaram a canção "Pictures", lançada somente em 2002.
A fase dourada do SOAD (2001-2004)
A fase dourada dos SOAD surge após o lançamento do álbum Toxicity, que estreou em primeiro lugar na Billboard e atingiu o topo das paradas noCanadá, inclusive na semana dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Permaneceu ainda assim no topo na semana dos ataques, embora sob fortes críticas políticas sobre o controverso single "Chop Suey!" que foi banido das rádios americanas devido à sua letra, pois tinha uma grande semelhança aos ataques que aconteceram.
Mesmo assim, o videoclipe continuou a passar na MTV, o que resultou num grande sucesso assim como a canção "Toxicity". Mesmo com a polêmica ao redor de "Chop Suey!", foi indicado para o Grammy. O disco ainda contava com a música "X", que era tocada ao vivo desde 1995. Nesse mesmo ano (2001) a banda entra em turnê, chamada de Pledge of Alligeance, com Slipknot, Rammstein, Mudvayne, American Head Charge e No One, para promover o álbum Toxicity. Em um desses shows, na cidade de Rosemont, foram feitas gravações em vídeo, onde "Chop Suey!", "Prison Song" e "Bounce" entraram em DVD em uma edição especial de Toxicity, cujo tinha a capa azul. Outra versão do CD, com capa vermelha, também foi lançada como um disco bônus, contendo os bastidores da gravação do álbum. O disco vendeu aproximadamente 7 milhões de cópias em todo o mundo.
Mais tarde, ainda em 2001, foram colocadas na Internet algumas faixas não editadas e não acabadas, que apesar de muitos julgarem como sobrasdo álbum Toxicity, Serj afirma que as canções não são restos, e chegam a ser até melhores que os singles consagrados do álbum de 2001. Sendo assim, a banda entrou em estúdio novamente e regravou essas canções, alterando algumas, tanto na estrutura quanto no nome, e lançaram o álbum chamado Steal This Album! em novembro de 2002. O nome do mesmo surgiu como uma referência ao título do livro de Abbie Hoffman, Steal This Book, e também como uma mensagem a todos os que roubam música e as lançam na Internet. O álbum não tem encarte e o disco foi feito para parecer um CD-R escrito a caneta. Este disco contava com canções que já eram tocadas a vários anos ao vivo, sendo elas "Chic 'N' Stu" (desde 1999), "36" (tocada uma vez em 1998) e "I-E-A-I-A-I-O" (2000). Músicas que, inclusive, poderiam até ter entrado para o álbum anterior, Toxicity. Além da versão final, apenas com violão e violino de "Roulette". O single de apresentação do álbum foi "Innervision", promo que recebeu boa aderência por parte das rádios. Deste disco ainda tem destaque para a canção "Boom!", cujo vídeo gravado em 2003, representava um protesto contra a guerra do Iraque feita pelos Estados Unidos, mostrando protestos contra a guerra em todo mundo, inclusive noRio de Janeiro e São Paulo. Foram feitas também 50 mil cópias com quatro "capas" diferentes, cada uma com um desenho feito por um membro da banda. No final de 2002, a canção "Chop Suey!" foi tocada no prêmio da MTV Video Music Awards Latinoamérica. Serj também juntou várias poesias dele, que foram escritas durante sua vida, e fez um livro de poesias chamado "Cool Gardens".
Em 2003 a banda entra em férias. Nesse ano eles fizeram apenas três shows, um no Reading Festival, um no Leeds Festival e o último foi um concerto beneficente, feito em parceria com a banda Red Hot Chili Peppers, em Los Angeles. Nesse show eles tocaram a canção "Boom!", a única apresentação dessa canção ao vivo que a banda já fez, "Storaged", uma música incomum a ser tocada na época, e um cover do Guns N' Roses, "Civil War". Outra curiosidade desse show é que não tocaram a canção "Chop Suey!". A música "Aerials" contou com a participação do guitarrista do Metallica, Kirk Hammet. Nesse mesmo ano, Serj chama seu amigo Arto Tunçboyacıyan para gravar um disco com músicas típicas daArmênia, chamado Serart ('Ser'j+'Art'o), que foi lançado pela gravadora de Serj, a Serjical Strike.
Daron também não ficou parado. Em 2001, em um festival na Austrália e Nova Zelândia Daron conheceu Casey Chmielinski (Chaos), vocalista da banda Amen. Depois de se encontrarem por acaso meses depois em Los Angeles, Malakian e Chmielinski começaram a andar e tocar juntos. Malakian estava considerando um projeto paralelo na época e conversou com Chmielinski sobre tocarem juntos. Foi então que no final de 2002, os dois chamaram Greg Kelso (guitarra) e Zach Hill (bateria) para gravarem uma fita demo chamadaGhetto Blaster Rehearsals. Essa banda se chamava Scars on Broadway - mas não tem ligação nenhuma com o SOB criado por Daron em 2008. Algumas dessas músicas demos receberam os títulos provisórios de "Matter of Fact", "Animal" e "Somebody Get Me a Shotgun".
Em 2004 aconteceu a segunda edição do Souls, com destaque para a canção "Soil", que não era tocada desde 2001, e "Roulette", tocada pela primeira vez ao vivo. A banda pretendia lançar um DVD com o esse show, porém, seus planos não deram certo, pois como John disse: "Tudo acaba vazando na internet de alguma forma".
Foi em abril desse ano que o Axis of Justice - uma fundação sem fins lucrativos e que luta pela justiça social, fundada por Serj e Tom Morello, em 2002 -, promove um show beneficente, com a participação de vários músicos conhecidos, como Flea, Brad Wilk, Chris Cornell, Maynard James Keenan, John Dolmayan e muitos outros. Nesse show foram executadas diversas músicas, sendo alguns covers e poesias do Serj adaptadas. Desse show saiu o Axis of Justice: Concert Series Volume 1, um CD e DVD com o show do Axis of Justice. Após o show, uma surpresa, Serj, Daron, John e Shavo, os quatro membros do System of a Down estavam no palco, e fizeram uma pequena apresentação contendo "Mr. Jack", "Needles", "Deer Dance", "Mind", "Science" e "Kill Rock 'n Roll", esta última era inédita.
Ainda em 2004, a banda anunciou o lançamento de um novo disco para o mesmo ano, mas acabaram decidindo não lançar em 2004, mas sim em 2005, porém, as gravações já haviam começado. Daron Malakian apresentou para a banda uma das músicas do Scars on Broadway, onde usaram o riff inicial para a criação da música "B.Y.O.B.". A banda então grava uma demo própria de "B.Y.O.B.", com música e letra feitas por Malakian e o vocal principal de Tankian. Ele levou uma gravação da demo para casa e usou versos de dois poemas seus para escrever a letra da música. Os poemas eram "War That No One Won" e um outro poema sem nome, então ele apresentou a letra para a banda no ensaio seguinte, para poderem finalizar a música que entraria no seu próximo álbum: "Mezmerize".
O retorno (2005-2006)
Em 2005, anunciaram definitivamente o lançamento de um álbum duplo, que se chamaria Mezmerize e Hypnotize, porém, seria um álbum duplo, mas diferente, pois seria lançado em duas partes, uma em maio e outra em novembro. Os álbuns são ligados de certa forma, pois juntando o encarte dos dois forma-se um desenho único, a canção de abertura doMezmerize é "Soldier Side - Intro" e a canção de encerramento do Hypnotize é "Soldier Side", fazendo assim a ligação entre eles. Em janeiro de 2005 o SOAD volta oficialmente a ativa, participando do evento Big Day Out, em um total de sete shows, onde tocaram músicas inéditas, que seriam lançadas posteriormente em seu álbum duplo, as canções tocadas foram: "Kill Rock 'n Roll", "Holy Mountains", "Tentative" (única vez que tocaram ela ao vivo) e "Cigaro". Tocavam também pela primeira vez ao vivo a canção "Highway Song". No dia 24 de abril o SOAD realiza o terceiro show beneficente chamado Souls. Consequentemente, usaram cenas desse show para a realização do DVD Screamers, um documentário sobre o Genocídio Armênio.
Finalmente chega o mês de maio e o lançamento de Mezmerize, um álbum bem diferente do que estavam acostumados, pois era mais trabalhado e contava com maior participação deMalakian nos vocais, tanto como vocal principal quanto "fundindo" sua voz com a de Tankian. E contava com a canção vencedora do Grammy de melhor single, "B.Y.O.B.", que levou o disco ao topo das paradas em pelo menos doze países, e alcançou o primeiro lugar na Billboard 200, vendendo 800 mil cópias no mundo na primeira semana do seu lançamento. O segundo e último single "Question!" foi lançado com Shavo Odadjian tendo um papel importante na edição do videoclipe. Após o lançamento de Mezmerize, seguiu-se numa extensa turnê nos Estados Unidos e também no Canadá para promover o álbum. Nessa turnê, a banda já tocava a música com o nome do segundo álbum, "Hypnotize". E foi em um desses shows que fizeram a gravação do videoclipe de "Hypnotize", em Grand Rapids, em setembro. Nesse show, a canção foi tocada duas vezes, uma para o show e outra para o videoclipe.
Hypnotize, a segunda parte do álbum, foi lançada em 22 de novembro do mesmo ano e rapidamente atingiu a primeira posição da Billboard 200, vendendo 320 mil cópias, o que fez com que o SOAD entrasse numa lista onde apenas figuram os Beatles, Guns N' Roses e os rappers 2Pac e DMX como os artistas a conseguirem no mesmo ano dois álbuns na primeira posição das paradas. O novo álbum era muito semelhante ao primeiro, tão bem trabalhado quanto seu irmão gêmeo, Mezmerize, e contava também com maior participação de Daron nos vocais, o que desagradou alguns fãs, mas agradou a outros. O disco ainda teve uma edição especial dual disc, que contava com um DVD com o vídeo dos bastidores da gravação dos álbuns e os videoclipes de "B.Y.O.B." e "Question!".
Antes de lançarem o álbum duplo, a banda anunciou que havia aproximadamente 30 músicas prontas e que seriam dividas entre os dois álbuns, porém, apenas 23 foram escolhidas. Sendo assim, algumas ficaram de fora, são elas: "Hezze", "174", "Citadel", "Religious People", "Blowing Bubbles", "Annoying Car Alarm", "Antibiotics" e "Charades".
Hiato (2006-2010)
Em 2006, a banda fez o videoclipe de "Lonely Day", cuja canção foi indicada ao Grammy, porém, não ganhou. O SOAD então se prepara para entrar em nova turnê, com alguns shows no Canadá e então o Ozzfest. Pois após cancelarem a quarta edição do Souls (que foi anunciado antes), a banda anuncia que o Ozzfest vai ser a última turnê e que então eles vão entrar em uma pausa por tempo indeterminado (hiato), porém, não significava o fim da banda, era apenas um tempo para os membros fazerem outras coisas. Daron Malakian disse numa entrevista a MTV: "Não vamos acabar. Se esse fosse o caso não teriamos feito o Ozzfest. Após o Ozzfest, vamos fazer uma longa pausa e realizar os nossos próprios projetos. Como banda, temos estado juntos há mais de 10 anos, e eu penso que uma pausa seria algo saudável."
Até mesmo durante um concerto em Houston, no Texas, Malakian aproveitou um momento para desmentir os rumores que davam a banda por acabada: "Tem circulado diversos rumores sobre o nosso fim. Bem, não os ouçam. Nós quatro seremos sempre os System of a Down!". A última atuação da banda foi em 13 de agosto de 2006 em West Palm Beach, na Flórida. No final do show, todos os quatro membros se abraçaram e se curvaram aos fãs como forma de agradecimento. "Hoje será o último concerto depois de tantos anos juntos. Voltaremos em breve. Só não sabemos quando" - palavras de Malakian.
Em abril de 2008, o guitarrista Daron Malakian e o baterista John Dolmayan deram uma entrevista para a revista Kerrang!. Quando falava-se muito que a banda tinha acabado, Malakian disse: "Todos saberemos quando voltar na hora certa." Dolmayan acrescentou, "Simplesmente voltaremos." Malakian voltou a falar: "Sim. Vou me sentir muito bem e feliz. Eu posso respeitar essa situação (o hiato) mais do que eu respeitaria uma situação como "o vocalista pegou a minha namorada" e esse tipo de besteira. Não, cara. Serj é uma pessoa muito importante para mim e eu sou para ele. É assim que termina. O mesmo para Shavo e John. E sempre seremos. Isso tudo foi uma parte grande de minha vida. Estivemos tocando juntos por muito tempo, cara. Passamos juntos por várias merdas, como amigos e companheiros de banda - Tivemos que dividir uma cama no Revenhon (Risos)!"
Em 2007, o vocalista Serj Tankian lançou um álbum solo intitulado Elect the Dead. Em março de 2010, Serj lançou seu disco com a Orquestra Filarmônica de Auckland, chamado Elect the Dead Symphony.
Em 2008, o guitarrista Daron Malakian junto com o baterista John Dolmayan lançam um álbum auto-intitulado com sua nova banda, o Scars on Broadway. O SOB fez alguns shows nos Estados Unidos e Europa naquele ano, porém, cancelou vários shows no mesmo ano, acabando então a banda, sem nenhum motivo aparente. No dia 2 de maio de 2010, o Scars on Broadway volta com um show de reestreia no Troubador, clube de Los Angeles, Califórnia, onde, além das canções já conhecidas, executaram algumas novas. O show foi exclusivo para apenas 500 pessoas (capacidade máxima do Troubador) e contou com a participação de Shavo Odadjian em uma terceira guitarra, em algumas músicas.
Shavo Odadjian seguiu sua carreira como DJ na banda de rap/hip hop Achozen, mas nenhum álbum foi lançado até o momento. John Dolmayann também deu início a outra banda com alguns amigos, chamada Indicator. Mas até agora só fizeram alguns pequenos shows e nenhuma música gravada em estúdio.
Saída do Hiato (2010-2011)
Em 29 de novembro de 2010, o System of a Down anuncia em seu site oficial que fará alguns shows Na Europa em 2011 .
Processo sobre os direitos de B.Y.O.B. (2011-atualmente)
A banda enfrentou um processo da empresa britânica, Maxwood Music. Esta reivindicou um ganho de 50% na composição da música "B.Y.O.B.", dizendo que comprou os direitos do suposto co-autor da canção Casey Chmielinski (Chaos). Maxwood processou o guitarrista Daron Malakian, o cantor Serj Tankian e a empresa deles, Malakian Publishing e Shattered Mirrors Publishing. Casey alegou ter co-escrito a canção em meados de 2002-2003, quando Malakian e Chaos tinham um pequeno projeto (Scars on Broadway).
O processo foi lançado em 2008 e teve o julgamento iniciado em novembro de 2009. Contou com os testemunhos de Malakian, Dolmayan, Chmielinski e Zach Hill, que na época era o baterista da banda Scars on Broadway. No julgamento, Chmielinski teve problemas ao lembrar datas e fatos importantes, além de apresentar provas falsas. O juiz ainda alegou que a única semelhança entre a demo (com pouco mais de 1 minuto) gravada em 2002 e B.Y.O.B. é o riff inicial, pois a letra e o resto da melodia são totalmente diferentes, além de terem sido criadas por Malakian. Outra prova de que Chmielinski estava mentindo, era o fato de que Tankian pode provar que a letra de B.Y.O.B. surgiu, em parte, de dois poemas que ele escreveu (War that no one Won e um poema sem nome).
Malakian decidiu dar 2% dos direitos autorais para Casey Chmielinski, porém, não contente, Chmielinski decidiu exigir 50%, fato que fez com que Malakian retirasse a proposta dos 2%. Sendo assim, o Juiz concluiu que a história de Chmielinski era "inconsistente e não corroborada" e que Tankian e Malakian são os únicos autores de B.Y.O.B. O processo foi concluído em 17 de maio de 2010. Atualmente, o System of a Down divide a posse dos direitos autorais de suas músicas igualmente (25%) entre os membros da banda, indiferentemente de quem realmente as escreveu.
Gênero musical
A variedade de estilo e nível de experimentação na música do System of a Down o tornou difícil de descrever, mas o grupo, em sua maior parte, manteve um estilo único em todo o seu corpo de trabalho. Este estilo tem sido chamado diversas vezes de metal alternativo, rock alternativo, art rock, rock experimental, hard rock, heavy metal, nu metal, metal progressivo e rock progressivo.
A banda não se considera parte do cenário do nu metal. O guitarrista Daron Malakian disse em entrevista à Guitar World se sentir satisfeito pela banda não ter sido levada para esse gênero. Durante um show em 2005 ele disse: "Costumam nos chamar de banda de nu metal, agora nos chamam de prog rock. Acho que vão dizer que nós somos qualquer coisa que seja popular."
Malakian declarou que: "Nós não pertencemos a nenhuma cena". De acordo com Tankian: "Para mim, System of a Down não é uma banda progressiva. [...] Mas não é um típico projeto pop, obviamente. Nós definitivamente prestamos atenção à música para se certificar de que não é algo que alguém já ouviu antes".
A banda já usou uma grande variedade de instrumentos, incluindo o bandolim elétrico, guitarra barítono, guitarra acústica, ud, sitar e guitarra de doze cordas. As influências do grupo inclui músicas do Oriente Médio, Ozzy Osbourne, Dead Kennedys, Frank Zappa, Slayer, The Beatles e Van Halen. O seu estilo musical tem sido comparado ao de Zappa. Malakian afirmou que: "Eu sou um fã de música. Eu não sou necessariamente um fã de uma banda qualquer." Dolmayan afirmou: "Eu não acho que soa como ninguém. Considero-nos o System of a Down." Odadjian afirmou:" Você pode nos comparar com quem você quiser. Eu não me importo. Comparações e rótulos não tem efeito sobre esta banda. Fato é fato: nós somos quem nós somos e eles são quem eles são".
Integrantes
Atuais
Serj Tankian - vocais, teclados e guitarra (1992 a 1994 em Soil, 1995–presente)
Daron Malakian - guitarra e vocais (1992-1994 em Soil, 1995–presente)
Shavo Odadjian - contra-baixo (1995–presente)
John Dolmayan - bateria e percussão (1997–presente)
Anteriores
Andy Khachaturian - bateria e percussão (1995–1997)
Dave Hakopyan - baixo (Soil, 1993–1994)
Domingo Laranio - bateria (Soil, 1993–1994)
quinta-feira, 24 de março de 2011
BIOGRAFIA DA BANDA DREAM THEATER
O início
A banda foi fundada em meados da década de 80 por alunos da "Berklee College of Music". Inicialmente formado por John Petrucci (guitarra) e John Myung (baixo), que depois conheceram Mike Portnoy (bateria) e decidiram fundar uma banda. Posteriormente chamam o vocalista Chris Collins e o tecladista Kevin Moore para completarem o grupo.
Antes de se chamarem Dream Theater, sugestão do pai de Mike e nome de uma sala de espetáculos na Califórnia, eram conhecidos por Majesty. Este nome surgiu durante um concerto dos Rush, durante a sua turnê Power Windows. John Petrucci, John Myung e Mike Portnoy dormiram na rua para poderem comprar ingressos para assistir ao espetáculo e ao ouvirem a canção Bastille Day surge o comentário de que aquela música era majestosa, ficando assim o nome. Contudo, descobriu-se que já existia uma banda de jazz com o mesmo nome.
1988-1994
A banda lançou a sua primeira demo com seis músicas, uma amostra de seu metal progressivo com referências da música clássica que influenciaria muitas bandas no futuro. Após isso eles demitem o vocalista Chris Collins, que não conseguiu se adaptar ao estilo que a banda procurava. Para substituí-lo chamaram Charlie Dominici, e com essa formação gravaram o primeiro disco da banda, intitulado When Dream and Day Unite. O disco foi bem aceito pela crítica e bem difundido nas rádios, que possibilitou um reconhecimento dos fãs e shows em pequenos clubes, sempre lotados.
Novamente, por diferenças musicais, despediram seu vocalista. Por um bom tempo não tiveram um vocalista fixo, mas mesmo assim não cessaram de compor novas músicas, nem de fazer apresentações mesmo instrumentais. As músicas instrumentais compostas dariam origem ao álbum Images and Words. Nesse período pela banda passaram no vocal John Arch, Steve Stone e Chris Cintron. Mas finalmente surgiria o vocalista ideal. Era Kevin Labrie, o vocalista da banda canadense Winter Rose. A partir de então se juntou a banda adotando o nome de James Labrie, no intuito de evitar confusões com Kevin Moore e não deixar a banda com dois Kevins e dois Johns.
Em 1992, lançaram o Images and Words e então foram convidados para abrir alguns shows do Iron Maiden. Tiveram uma excelente recepção pela MTV e estouraram as vendas de “Images and Words” no Japão, levando a banda a fazer sua primeira turnê mundial. Quando estavam gravando o terceiro disco o tecladista Kevin Moore resolveu abandonar a banda para seguir carreira solo. Sem um substituto para Kevin, terminaram as gravações de Awake (álbum que contém a faixa "The Silent Man") (900.000 CDs vendidos), que rapidamente conquistou o mercado americano e europeu. Pouco depois o lugar de Moore seria ocupado por Derek Sherinian (que havia tocado em turnês com o Kiss e Alice Cooper).
1995-1998
Em 1995 foi lançado o EP A Change of Seasons, contendo a gigantesca faixa homônima (com seus 23:09 minutos) e ainda alguns covers ((Funeral For a Friend/Love Lies Bleeding, de Elton John, "Perfect Strangers", do Deep Purple, as fusões de The Rover, Achilles Last Stand e The Song Remains The Same, do Led Zeppelin, e de In The Flesh?, Carry On Wayard Son, Bohemian Rhapsody, Lovin Touchin, Squeezin, Cruise Control e Turn It On Again, respectivamente do Pink Floyd, Kansas, Queen, Journey, Dixie Dregs e Genesis) gravados ao vivo no Ronnie Scott's Jazz Club, em Londres.
O quarto álbum, Falling into Infinity, chegou em 1997 com músicas um pouco mais melódicas, não tão agressivas quanto Awake. O disco apresenta um Dream Theater mais focado em canções (com passagens instrumentais tradicionais ainda) e acessibilidade devido a pressão da gravadora para que a banda tivesse sucesso comercial. O tiro saiu pela culatra, embora o disco mesmo em suas canções mais acessíveis seja excelente. Na verdade, é incorreto dizer que Derek Sherinian influenciou a banda a compor canções mais comerciais, já que ele compôs as partes mais técnicas do álbum. Basta também ver os discos solo do tecladista. Devido à pressão da gravadora, Mike Portnoy quis deixar a banda, mas foi convencido a ficar, já que ainda havia a turnê do álbum a ser realizada. No entanto, conforme já mencionado trata-se de um álbum excelente. Antes de o disco sair, a banda entrou em tour, inclusive passando pelo Brasil, em 1997.
Em 1998, a banda lançou seu segundo disco ao vivo, Once In a Live Time. Um vídeo, nomeado 5 Years in a LiveTime surgiu também, com os principais momentos da banda nos últimos 5 anos. Após isso, o Dream Theater revelou que estava trocando de tecladista, alegando que com o disco ao vivo estavam encerrando uma fase de sua história e, por fim, inserindo Jordan Rudess no lugar de Derek.
1999 e a repercussão de Scenes From a Memory
Em Outubro de 1999, foi lançado Scenes From a Memory, um álbum descrito por Mike Portnoy como algo que ele sempre quis fazer. O álbum teve grande sucesso e repercussão.
Durante a turnê mundial a banda gravou, em Nova York, um DVD contando com uma super-produção, com direito a corais, convidados e telão. O show, de três horas e meia, seria lançado com um CD triplo. A data do lançamento, infelizmente, coincidiu com os atentados de 11 de Setembro de 2001, e mais infelizmente ainda, a capa do CD trazia as torres gêmeas dentro de chamas. Todos os CDs foram recolhidos e a capa refeita, trazendo o símbolo da banda no lugar da maçã (que fazia alusão à cidade de Nova Iorque - "Big Apple") e das torres.
Entretanto, alguns poucos CDs com a capa original, com as torres gêmeas em chamas, continuam nas mãos de fãs e colecionadores. Tais CDs passaram a ser considerados raridades.
2002-2005
Mas isso não abalou a criatividade da banda, que se fechou para gravar um novo álbum, um disco duplo, experimental e controverso, intitulado Six Degrees of Inner Turbulence, lançado em 2002. Trazia músicas bem extensas no primeiro CD, e um épico impressionante de 42 minutos de duração, dividido em 8 partes no segundo CD.
Show da turnê do Train of Thought
Após a turnê mundial do álbum ser bem sucedida, lançaram, no final de 2003, o álbum Train of Thought, que, como o álbum anterior muda um pouco a linha musical da banda, levando a crítica severas de fãs antigos. Um álbum mais pesado do que os álbuns anteriores, não deixando o progressivo, nem a virtuosidade e a técnica da banda de lado, destancando as faixas "As I Am", "Endless Sacrifice" e "In the Name of God".
A banda, ao vivo, em Roma em 2004
Em 2004 novamente Dream Theater realiza gravações ao vivo, e lança um DVD em álbum triplo Live at Budokan. Gravado no Budokan Hall, em Tokyo - Japão, local onde grandes bandas e músicos como Beatles, Ozzy Osbourne, Eric Clapton e Bob Dylan já tocaram. O DVD traz as principais faixas do álbum Train of Thought e faixas dos outros álbuns, dando destaque para um medley instrumental mostrando toda a técnica e destreza dos integrantes da banda chamado de Instrumedley, que passa por trechos de várias músicas instrumentais dos Dream Theater, inclusive por algumas do Liquid Tension Experiment, projeto instrumental paralelo dos membros da banda.
Em meados de 2005 a banda lança seu oitavo álbum, Octavarium, marcando vinte anos da existência da banda, caracterizado como algo "incrivelmente lindo" pelo baterista Mike Portnoy. Destaque para mais uma música épica, Octavarium, com seus 24 minutos. Destaca-se também a continuação da compilação de Portnoy Alcoholics Anonymous Suite. Em dezembro do mesmo ano, os DT voltaram ao Brasil com 3 shows.
A banda, que no dia 1° de abril de 2006 gravou um DVD em Nova York para comemorar seus 20 anos de carreira, surpreendeu o público tocando clássicos e músicas do último CD com a presença de uma orquestra, o DVD foi lançado dia 29 de agosto do mesmo ano, intitulado "Score".
Rio de Janeiro, 7 de março de 2008
2007-2008
Foi lançado o álbum Systematic Chaos e a banda iniciou a Chaos in Motion World Tour 2007-2008, onde passou pelo Brasil nos dias 7, 8 ,9 e 10 de março de 2008 nas cidades de São Paulo (realizando um show a céu aberto para quase 15 mil pessoas, no estacionamento do Credicard Hall), Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente. No dia 1º de abril de 2008, foi lançada a primeira coletânea da banda, um CD duplo intitulado Greatest Hit (...and 21 Other Pretty Cool Songs). O título do álbum é uma brincadeira referindo-se à música "Pull Me Under", que foi o único verdadeiro hit de sucesso do grupo. Um novo DVD duplo chamado Chaos in Motion 2007–2008 com músicas de shows da turnê Chaos in Motion foi lançado pela Roadrunner Records em 23 de setembro de 2008; A edição especial inclui três CDs com o áudio das músicas do DVD.
Atualmente
No dia 23 de junho de 2009, a banda lança o novo álbum de estúdio, intitulado Black Clouds and Silver Linings. Desde seu lançamento, o novo trabalho do grupo americano tem obtido bons resultados de vendas, alcançando posições na Billboard, fato esse raro com bandas progressivas, considerando a alta vendagem de material mais popular. O álbum teve diversas edições, incluindo um produto com 3 cd's - um do trabalho de estúdio, um de covers de bandas progressivas e de heavy metal, e outro instrumental. Foi também lançada uma box com vários materiais referentes ao álbum e uma edição de vinil 180 gramas. Após o lançamento, a banda concedeu várias entrevistas para promover o álbum, e recentemente concluiram a turnê norte-americana Progressive Nation. Em breve haverá também a turnê européia, junto com outras bandas, como Opeth. O Avenged Sevenfold anunciou oficialmente que Mike Portnoy, gravará as linhas de bateria para o novo álbum da banda.
No dia 8 de setembro de 2010, Mike Portnoy anunciou publicamente em seu fórum oficial que estaria deixando a banda. Portnoy estaria se divertindo mais em seus projetos paralelos do que com a banda. Após sugerir uma pausa, os outros membros decidiram que seria melhor continuar as atividades do Dream Theater, a contragosto do baterista. Desta forma, Portnoy oficialmente deixou a banda e disse que ficará até 2011 com o Avenged Sevenfold.
Mike Portnoy falou que essa decisão de sair não foi tomada de uma hora para outra, mas declarou que a decisão foi tomada no decorrer do ano passado. Em Novembro de 2010, Petrucci declarou que após um mês de audições com vários bateristas, um deles foi selecionado já para começar as gravações do novo álbum em Janeiro de 2011. Porém, a identidade do músico não poderia ser revelada àquele momento, por razões profissionais. [1]
Projetos paralelos
No fim dos anos 90, os projetos paralelos dos integrantes começaram a surgir. O mais conhecido foi o Liquid Tension Experiment formado por Petrucci, Portnoy, Jordan Rudess (que na época pertencia aos Dixie Dregs) e Tony Levin (King Crimson). A ideia foi do baterista Mike Portnoy cuja intenção seria fazer algo diferente: juntar o progressivo, heavy metal e um pouco de fusion marcado por jam´s bem divertidas. O 1° cd da banda foi feito nada mais do que em uma semana.
John Myung participou em um projeto paralelo com Derek Sherinian, Platypus e Gordian Knot, além de ter uma banda chamada The Jelly Jam, que contém dois CDs, tocados em um refinado Rock Progressivo. Petrucci, Portnoy e Rudess gravaram o segundo álbum do LTE (também em uma semana), e Portnoy ainda teve tempo de participar no Transatlantic, com músicos do Marillion, Flower Kings e Spock's Beard. James Labrie não fica para trás com seu projeto MullMuzzler, além disso, lançou, em 2005, o seu álbum solo Elements of Persuasion. John Petrucci, após ter feito turnes no já conhecido G3, junto de Joe Satriani e Steve Vai, lançou seu primeiro álbum solo: o Suspended Animation. Derek, ex-integrante, formou o Planet-X- uma banda de fusion com outros renomados músicos, entre outras participações especiais. O atual tecladista, Jordan Rudess, já debutava de uma carreira a solo de diversos CDs.
Em 2010 eles farão uma turnê pela América do Norte com o Iron Maiden
[editar]Membros
Atuais
James LaBrie
Ver artigo principal: James LaBrie
Vocalista, LaBrie nasceu na cidade de Penetanguishene, Ontário, Canadá, inspirado pelo pai, começou a cantar e tocar bateria. Aos onze participava num quarteto de barbearia com seu pai, tio e irmão.
Aos 21 teve aulas com a professora Rosemarie Patricia Burns. Nessa época ele participou de algumas bandas sem muita expressão com exceção da excelente banda de hard rock Winter Rose que quase assinou um contrato com a Atlantic.
Suas principais influências vão do clássico, passando pelo hard rock até ao heavy metal tradicional - Mozart, Vivaldi, Journey, Van Halen, Judas Priest e Metallica. Entre seus vocalistas preferidos estão: Steve Perry (Journey), Freddie Mercury (Queen), Paul Rodgers (Bad Co.) e Nat King Cole. James é casado com Karen, e tem dois filhos Chloe e Chance Abraham. Ele é o único membro da banda que não mora nos EUA, morando em Toronto no Canadá.
John Petrucci
Ver artigo principal: John Petrucci
Petrucci em apresentação
Petrucci, guitarrista, nasceu em Long Island, Nova Iorque. Começou a tocar por volta dos 12 anos, inspirado pelo amigos da vizinhança. Alguns anos depois ele foi estudar guitarra na Faculdade de Música Berklee, onde Mike também estudava. Suas principais influências eram o rock progressivo e o heavy metal e seus guitarristas preferidos eram os "Steves" (Steve Vai, Steve Morse, Stevie Ray Vaughan, Steve Howe) e os "Als" (Alex Lifeson, Al Di Meola e Allan Holdsworth), como ele mesmo disse. No Dream Theater ele é um dos principais compositores tanto em melodias como em letras. Por mais de dez anos ele foi patrocinado pela Ibanez, mas no começo de 1999 ele trocou a Ibanez pela Ernie Ball/Music Man.
John é casado com Rena (amiga e ex-parceira de banda da esposa de Mike Portnoy) e tem 3 filhos, SamiJo, Reny e Kiara.
Jordan Rudess
Ver artigo principal: Jordan Rudess
Rudess durante apresentação
Jordan, tecladista, é outro nova iorquino. É também o membro mais velho da banda, integrou o grupo substituindo Derek Sherinian. A história musical de Jordan é a mais extensa, sua carreira começou aos sete anos, dois anos depois ele recebera uma bolsa para estudar na famosa escola de música Juilliard em Nova Iorque.
Ele era tido como a nova promessa do mundo pianístico, até que aos 17 anos um amigo lhe emprestou um disco do Emerson, Lake & Palmer e todo seu mundo mudou. Nessa época de pleno descobrimento dos sintetizadores, Jordan tocou em vários combos e trios, anos depois, conheceu o guitarrista Vinnie Moore com a qual gravou e excursionou, tocou também em jam bands que, em uma delas inclusive chegou a tocar com Jan Hammer em vários eventos da indústria da música, com isso seu nome começou a despontar e aparecer em revistas especializadas.
Em 1994 ele foi eleito melhor tecladista do ano nos Estados Unidos e convites para o Dream Theater e o Dixie Dregs apareceram. Inclusive Jordan fez um único show nessa época com o Dream Theater no Concrete Forum Foundations, mas o grupo tinha uma agenda muito corrida e ele tinha família, Jordan decidiu ficar com o Dixie Dregs. Depois de tocar com os Dregs, Jordan monta um duo chamado RMP com Rod Morgenstein (baterista da banda Winger), uma banda só de teclado e bateria.
Em 1998 ele recebe um convite de Mike Portnoy, para participar do projeto Liquid Tension Experiment, o projeto alem de ter tido uma ótima recepção pelo público e mídia, gerou um bela amizade entre Mike, Jordan e John que também participara do LTE. Em 1999, eles se reencontram para gravar o LTE 2 e durante a gravação Jordan é convidado para ser tecladista efetivo do Dream Theater. Jordan é casado e possui uma filha chamada Ariana.
John Myung
Ver artigo principal: John Myung
Baixista, John Myung nasceu em Chicago, Illinois. Seu primeiro contato musical foi através de sua mãe que escutava música clássica e colocou John numa escola para aprender a tocar violino aos cinco anos de idade. Aos quinze anos foi chamado por um colega para tocar baixo em uma banda. Suas principais influências são Chris Squire (Yes), Steve Harris (Iron Maiden) e Geddy Lee (Rush), mas seu gosto não se resume ao rock, e ouve desde o blues até o clássico.
John é casado com Lisa Marteens e tem 2 filhos Christian e Brandon. Seus outros hobbies são a pescaria, leitura e exercícios.
Antigos
Mike Portnoy
Ver artigo principal: Mike Portnoy
Mike Portnoy durante apresentação
Mike, baterista e percussionista, nasceu em Long Beach, Nova Iorque, aonde seu interesse por música começou logo cedo. Sua paixão pelos Beatles e mais tarde por Kiss, além de seu pai ter sido um DJ foram fatores decisivos na sua carreira como músico. Cita como sua maior influência Neil Peart, Frank Zappa e seu baterista, Terry Bozzio.
Auto didata no instrumento, ele teve aulas de teoria musical na faculdade. Nessa época ele tocou em bandas como Intruder, Rising Power e Inner Sanctum. Nessa mesma época ele garantiu uma bolsa na famosa Faculdade de música Berklee, e também teve início a história do Majesty que após alguns anos se tornaria Dream Theater.
Mike é casado com Marlene (ele a conheceu quando a banda Meanstreak, em que Marlene e Rena Petrucci, esposa de John, tocavam juntas, abriram alguns shows do Dream Theater). Ele já é pai de dois filhos, uma menina chamada Melody Ruthandrea e um menino Max John. Seus hobbies são além de assistir seriados de tv e desenhos, cuidar de seu cão e de seu gato.
Chris Collins - vocal
Charlie Dominici - vocal
Kevin Moore - teclado
Derek Sherinian - teclado
Reputação de concertos
Setlist rotativo
Ao longo de sua carreira, os setlists do Dream Theater foram ficando cada vez maiores, mais diversos e menos restritivos. O exemplo mais claro disso é a sua política de setlist rotativo. Cada noite de uma turnê tem seu setlist idealizado por Portnoy com um processo meticuloso que assegura que este será completamente único. Fatores como os setlists de cidades percorridas são levados em conta para assegurar que as pessoas que assistem à banda várias vezes numa mesma área não vejam as mesmas canções sendo interpretadas várias vezes; e inclusive o setlist da última vez em que a banda esteve numa cidade leva-se em conta para o benefício dos fãs que vêem à banda em turnês sucessivas[2].
Para que isso seja possível, a banda se prepara para tocar a maior parte de seu repertório em qualquer apresentação, dependendo do que Portnoy decidir para a noite. Este processo também requer o emprego de um sistema de luz bastante complexo que utiliza iluminação pré-configurada para cada canção.
Duração
A duração é outro elemento único nos concertos do Dream Theater. Os concertos de suas turnês mundiais, desde Six Degrees of Inner Turbulence são do tipo "An evening with..." ("Uma noite com..."), no qual a banda apresenta-se por pelo menos três horas, com um descanso e nenhuma banda de abertura. O espetáculo gravado para Live Scenes from New York teve duração de quase quatro horas (LaBrie gentilmente se desculpou após o concerto por um "set tão curto"), e resultou na hospitalização de Portnoy[3].
Com o anúncio do lançamento de Systematic Chaos, foi publicado que durante essa nova turnê, Chaos in Motion World Tour 2007/2008, não haverá os famosos "An evening with...". A banda disse que este é o momento de parar com os concertos diários de três a quatro horas. Foi informado que compartilharão o palco com bandas como Queensrÿche entre outras. Apesar disso, houve shows do tipo "An evening with..." na Austrália, já que esta foi a primeira vez em que o Dream Theater passou pelo país durante a turnê.
Audiência
Os fãs de Dream Theater costumam abarrotar cada lugar onde a banda se apresenta. A audiência geralmente varia entre quatro e dez mil espectadores, e esta quantidade normalmente é limitada pelo espaço físico. O concerto com o maior número de pessoas (vinte mil) aconteceu na Pista Atlética do Estádio Nacional de Chile em Santiago do Chile, em 6 de dezembro de 2005, durante a turnê mundial do álbum Octavarium[4]. O acontecimento foi mencionado na mesma noite por Mike Portnoy através de sua página pessoal, e também por Jordan Rudess em sua mensagem natalina de 2005 a todos os fãs. O concerto gravado no Radio City Music Hall de Nova Iorque em abril de 2006 teve uma audiência de seis mil pessoas
BIOGRAFIA DA BANDA GUNS ROSES
De tanto gerar controvérsias, a banda chegou a ser apelidada de "A Mais Perigosa do Planeta". Exageros e marketing descarado à parte, o Guns N’ Roses foi uma das bandas mais influentes do final dos anos 80 e início dos anos 90. A banda revitalizou um cenário de hard rock desgastado e sem originalidade mantido por bandas em que o visual contava mais do que qualidade musical.
Legítimo representante do hard rock californiano, o Guns N’ Roses era apenas mais uma entre as centenas de bandas que surgiam e desapareciam no rastro do estilo criado por Motley Crue, Ratt e Poison, entre muitas outras. Talvez o que tenha diferenciado o Guns N’Roses era que eles não apenas cantavam sobre sexo, drogas e vida desregrada, mas viviam estes temas.
O primeiro componente da banda a se interessar por música foi Duff McKagan, baixista, que já em 1981 havia participado de dezenas de bandas em Seattle. Em 1982 McKagan através de um anúncio de jornal chegou a Slash e Steven Adler e, juntos formaram a banda Road Crew. A banda se desintegraria algum tempo depois mas os três integrantes mantiveram contato.
Em 1983 Izzy Stradlin e Axl Rose se encontraram pela primeira vez na banda Hollywood Rose que também não durou muito. Por esta época Duff tocava na banda 10 Minute Warning de Seattle que contava com Greg Gilmore, que viria a participar do Mother Love Bone, banda que, após a morte de seu vocalista, viria a dar início ao Pearl Jam.
Em 1984 Izzy Stradlin veio a conhecer a substituir Slash em uma banda chamada London. Axl Rose participava das banda Hollywood Rose e LA Guns (de Tracii Guns). Visto ambas as bandas sofrerem por falta de componentes e falta de convites para tocar, a saída mais óbvia foi fundir as duas. Estava fundado o Guns N’ Roses, cuja formação inicial foi: W. Axl Rose (vocais), Izzy Stradlin (guitarra), Tracii Guns (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Robert Gardner (Bateria).
Logo após formada a banda agendou uma turnê. Três dias antes do primeiro show, Tracii e Robert abandonaram a banda e foram substituídos por Slash e Steven Adler. Esta formação iria durar mais e iniciar o grande sucesso da banda, embora a primeira turnê tenha sido um fracasso e eles tenham de ter vendido parte do equipamento para voltar para casa.
Morando em Los Angeles, sem contrato e competindo com centenas de bandas do mesmo estilo, o Guns N’Roses contava com algo além da música para sobreviver: roubaram, venderam drogas e mulheres durante algum tempo. Em 1986, contornando as dificuldades, gravaram um EP (disco de menor duração) com quatro músicas. O nome do disco, lançado de forma independente, era Live Like a Suicide, e continha quatro músicas gravadas ao vivo (inclusive um cover do Aerosmith, Mama Kin). Estas quatro gravações viriam a ser relançadas anos depois no disco Lies.
As coisas só começaram a mudar em 1987. Abrindo para bandas como Motley Crue, Aerosmith, The Cult, e contando com a ajuda de Alice Cooper, a banda conseguiu o seu primeiro contrato. Conta a lenda que apenas aceitavam discutir detalhes do acordo com a Geffen Records na hora do almoço, pois desta forma podiam ter ao menos uma refeição decente por semana.
Mas as dificuldades não durariam muito. Appetite For Destruction foi lançado em julho de 1987 e se tornou em pouco tempo o primeiro disco de estréia de uma banda de hard rock a alcançar o primeiro lugar nas paradas e também foi o disco de estréia que mais vendeu na história do rock, com cerca de 18 milhões de cópias vendidas somente dos Estados Unidos. À medida que o disco vendia mais e mais, a banda prosseguia com seus shows, abrindo para bandas maiores como Iron Maiden e Rolling Stones, e posteriormente encabeçando seus próprios shows.
Appetite For Destruction era um disco extremamente agressivo. Músicas rápidas e assuntos delicados como drogas, sexo e pobreza, tratados sem meias-palavras e com conhecimento de causa por uma banda que havia experimentado tudo isso. Welcome To the Jungle sintetizava a agressividade da banda. Ironicamente o maior sucesso foi a meia-balada Sweet Child o’Mine, tocada à exaustão nas rádios FM. A capa original do álbum (que mostra uma garota sendo estuprada por um autômato) foi considerada obscena e depreciativa contra as mulheres e proibida nos Estados Unidos e alguns outros países (no Brasil foi mais divulgada a capa original, embora haja algumas prensagens da capa alternativa).
Em 1988 a Geffen Record decide lançar um novo álbum, Lies, composto de apenas quatro composições novas e das quatro gravações do EP Live Like a Suicide de 1986. Torna-se claro neste disco o caminho que viria a ser tomado pela banda nos anos seguintes. Enquanto as quatro faixas gravadas em 1986 primam pela agressividade e velocidade, as novas faixas de 1988 introduzem instrumentos acústicos que culminam na melosa Patience. Lies também sobe as paradas e se junta a Appetite For Destruction, que continua a vender cada vez mais.
O Guns N’Roses se torna a primeira banda de hard rock a emplacar dois discos de uma vez entre os mais vendidos.
A banda passa a ser adorada por adolescentes e posers e começa a perder seus fãs mais radicais. Contrastando com o sucesso cada vez maior, os componentes parecem fazer questão de provar que continuam rebeldes e geram escândalos e controvérsias nos anos que se seguem: agressões a vizinhos e repórteres, tumultos constantes gerados durante os shows, brigas, abuso de drogas e bebida, prisões e dezenas e dezenas de processos em todos os países por onde a banda passava.
Ora abandonando os shows sem motivos aparentes, ora agredindo repórteres ou fãs que insistem em fotografar ou filmar as apresentações, ora começando os shows com horas de atraso, Axl contribui para gerar tensão em praticamente todas as apresentações da banda. Segundo ele próprio o perigo faz parte do espetáculo. Um dos maiores problemas enfrentados pela banda ocorreu durante o Donington Monsters of Rock de 1988. Em meio a mais um dos constantes tumultos gerados pelo estrelismo de Axl Rose dois fãs morreram esmagados pela multidão.
O abuso de drogas foi o motivo do primeiro desfalque entre os componentes. Em 1988 Slash por pouco não é despedido por abuso de heroína e em 1990 Steve Adler foi tirado da banda por não conseguir abandonar o vício. Steven Adler foi substituído pelo baterista do The Cult, Matt Sorum, com quem a banda havia excursionado no início da carreira. Se junta também à banda o tecladista Dizzy Reed. A estréia do novo grupo ocorre no Rock In Rio II.
Esta formação viria a gravar em 1991 os álbuns (duplos) Use Your Ilusion I e Use Your Ilusion II, registrando de vez o Guns N’ Roses como uma das maiores (talvez a maior) bandas de rock do mundo no início dos anos 90. As pessaos faziam filas gigantescas na porta das lojas à espera do cd, que sempre era esgotado em tempo recorde dos estoques. Embora se destaquem várias ótimas composições, a impressão geral que fica após o lançamento é o de que a banda e a gravadora queriam lucro fácil lançando dois álbuns ao mesmo tempo. A tendência da banda de rebuscar o som se confirma com a inclusão de backing vocals, naipes de metais, teclados e mesmo samplers em diversas músicas. Músicas pesadas como Right Next Door to Hell, Garden of Eden e You Could Be Mine (na realidade composta na época de Live Like a Suicide) dividem espaço com composições longas e rebuscadas como Breakdown e Civil War (música esta composta para um CD beneficiente e que conta ainda com as baquetas de Steven Adler). Não poderiam faltar as baladas como Don’t Cry, Knockin’ on Heaven’s Door, Estranged e November Rain, que mantém a banda na programação das rádios e MTV. O destaque dos discos fica por conta de Coma, uma música longa, de mais de 10 minutos, com muitas variações de ritmo e um clima tenso do início ao fim.
Uma turnê interminável se seguiu ao lançamento de Use Your Illusion I e II, e foi justamente este o motivo da saída inesperada de Izzy Stradlin, cansado da vida na estrada. A saída de Izzy ocorreu sem maiores danos à relação dele com o resto da banda. Foi substituído às pressas por Gilby Clarke e poucos meses depois lançou seu trabalho solo com a banda Izzy Stradlin and The Juju Hounds, que não obteve a repercussão esperada. A Use Your Illusion World Tour durou aproximadamente dois anos e no começo de 1993, Gilby sofreu um acidente de moto e a banda chama Izzy as pressas para assumir a guitarra-base. Izzy afirmou que só aceitou porque "os shows seriam em países tropicais". A turnê se encerra em julho, no estádio Monumental de Nuñez, na Argentina, com um show transmitido ao vivo pela TV e que foi encerrado com um forte abraço entre Axl e Slash. Este é marcado também por ser o último show da antiga formação do Guns N’ Roses.
Logo após o lançamento de Use Your Ilusion a banda anunciou que iria lançar um EP somente com covers de bandas punk que os influenciaram. O projeto cresceu até o ponto de se concretizar em 1994 como o LP de covers The Spaghetti Incident. Além das bandas punk (Damned, Misfits, Fear, Sex Pistols, entre outras) foram gravados covers do Nazareth, Johnny Thunders e Skyliners. Na falta de novas músicas da banda a controvérsia ficou por conta de uma faixa escondida no final do disco. Chamada Look At Your Game Girl a música é de autoria de Charles Mason, notório assassino condenado a prisão perpétua nos Estados Unidos que ficou famoso após assassinar a atriz Sharon Tate e um grupo de amigos. Axl Rose costumava ainda se apresentar nos shows com uma camisa onde estava estampada a foto de Mason.
Após o lançamento de The Spaghetti Incident, Duff lança seu álbum-solo, Believe In Me, que contou com as participações de Slash, Dizzy, Gilby, Matt e também de Sebastian Bach, vocalista do Skid Row, entre outros. No ano seguinte, Gilby Clarke é demitido e também lança um álbum solo. Para o lugar de Gilby vem Paul Huge, amigo de infância de Axl (segundo o que o vocalista afirmou no show do Rock In Rio III), e a banda lança o single Sympathy for the Devil, um cover de um clássico dos Rolling Stones, para a trilha sonora do filme Entrevista com o Vampiro. Em 1995, Slash lançou um álbum chamado It’s 5 O’Clock Somewhere, de um projeto-solo seu chamado Slash’s Snakepit. O guitarrista sempre fora considerado a alma musical do Guns N’ Roses, e os boatos sobre a dissolução da banda aumentam. Nessa mesma época, Slash afirmou já ter várias músicas compostas para o próximo álbum do Guns e disse que as músicas não aproveitadas fariam parte do seu projeto Slash’s Snakepit. Nessa mesma época, houve uma contato da banda com Zakk Wylde, guitarrista de Ozzy Osbourne, mas a entrada do guitarrista no Guns não vingou.
Em 31 de Outubro de 1996, Slash anuncia sua saída do Guns N’ Roses, dizendo que só tinha encontrado-se com Axl duas vezes desde 1994. Paul Huge foi apontado como um dos culpados pela saída de Slash, pois teria botado o volume de sua guitarra mais alta do que a de Slash na música Sympathy for the Devil. Em 1997, Robin Finck, do Nine Inch Nails, vem para substituir Slash, e no mesmo ano, Axl (agora dono de todos os direitos sobre o nome Guns N’ Roses) demite Matt e Duff decide sair da banda. No final de 1998, o sumido Axl é preso no aeroporto de Phoenix e é tirada uma foto sua aonde mostra o vocalista de cabelos curtos. Em 1999, Robin Finck sai do Guns N’ Roses e pouco depois a banda lança a música Oh My God, a primeira em cinco anos, como trilha sonora do filme ’Fim dos Dias’, com o ilustre fã Arnold Schwarzenegger. A provável formação que gravou essa música é W. Axl Rose, Dizzy Reed, Robin Finck, Paul Huge (também conhecido como Paul Tobias), Tommy Stinson (baixo) e Josh Freese (bateria). Em novembro de 1999, Axl concede uma entrevista a MTV falando sobre sua vida durante esses anos de reclusão e é lançado Live Era ’87-’93, uma coletânea dupla ao vivo do Guns N’ Roses, que também é sucesso de vendas.
Em 2000, Josh Freese sai do Guns e a banda contrata o baterista Brain, cujo verdadeiro nome é Brian Mantia. Neste mesmo ano, o Guns N’ Roses é anunciado como uma das principais atrações do festival Rock In Rio III, que seria realizado em janeiro de 2001 no Rio de Janeiro. Este show foi marcado como ’a volta do Guns N’ Roses’ e também por ser o maior público na história da banda, com cerca de 240 mil pessoas. A formação consistia em Axl, Dizzy, Robin, Paul, Tommy, Buckethead, Brain e Chris Pittman, este último não reconhecido como membro oficial da banda. No show é apresentada 5 músicas novas (Oh My God, Madagascar, The Blues, Silk Worms e Chinese Democracy), além dos antigos clássicos.
Em 2002, a banda faz uma tunrê mundial na qual pretendiam lançar o novo álbum Chinese Democracy. A tunrê estava prevista para durar até 2003, porém problemas internos impediram que isso acontecesse. Dizem as más linguas que a principal culpada do fim da turnê é a empresa Clear Channel, responsável na época pela administração do marketing do Guns N’ Roses. A turnê então tem muitos shows cancelados e encerra-se em dezembro de 2002, com um show no Madison Square Garden, em Nova York.
Um ano depois, em dezembro de 2003, o guitarrista Buckethead abandona a banda, alegando falta de interesse do Axl em lançamento de material e shows, fato que só seria oficialmente anunciado quatro meses depois. Com a saída de Buckethead, a banda cancela sua apresentação no Rock In Rio Lisboa, que aconteceria em 2004. No início de 2005, o empresário do Axl, Merck Mercuris, afirma que 2005 "é o ano do Guns N’ Roses", criando assim uma grande expectativa para o lançamento do álbum Chinese Democracy. Porém não é o que acontece, mais um ano se passa recheado de boatos.
No começo do ano seguinte, em 2006, Axl cede uma entrevista à revista Rolling Stone, onde revela detalhes do novo álbum. Axl conta para a revista que está trabalhando em 32 músicas novas, 26 estão praticamente finalizadas e dessas, 13 entrarão no álbum Chinese Democracy. Entre essas músicas, Axl fala que entre suas favoritas estão The Blues, Better e There War Time. Essas duas últimas viriam a cair na internet algumas semanas depois, junto com I.R.S e The Catcher In The Rye, completando assim 4 sons inéditos gravados em estúdio. Essas músicas mostram bem o novo estilo do Guns, com um hard rock mais atual e alguns efeitos eletrônicos, o que gerou uma grande polêmica entre os fãs adoradores do álbum Appetite For Destruction.
Em maio de 2006, o Guns N’ Roses reaparece com 5 shows em Nova York, sendo um acústico. Poucos dias depois, a banda divulga uma grandiosa turnê européia que se inicia em Madrid, no final de maio de 2006, como um show de aquecimento para o festival Rock In Rio Lisboa onde a banda era uma das principais atrações, novamente. O ano de 2006, com certeza, foi um excelente ano para a banda. Com um público de mais de 700 mil pessoas somente na Europa, a banda ficou entre as 10 mais sucedidas do ano. EUA e Canadá completaram as passagens do Guns N’ Roses em 2006, completando um total de 21 países.
Em dezembro de 2006, Axl Rose publica uma carta aberta ao fãs no site oficial do Guns, falando sobre o atraso no lançamento do Chinese Democracy e seu relacionamento com Merck Mercuriadis, seu empresário. Axl explica que quando corcordou em fazer a turnê norta-americana, ele e Merck tinham em mente que o CD seria lançado em 26 de dezembro, o que acabou não acontecendo. A banda e Axl decidiram, então, o fim do relacionamento com Merck Mercuriadis, e uma nova tentativa de lançamento do álbum seria feita no dia 6 de março de 2007.
No ano seguinte, em 2007, o Guns N’ Roses continua a turnê, que teve seu último show no Japão, em julho. Após mais de 1 ano na estrada, a espectativa para o lançamento do Chinese Democracy era imensa, por parte de todos. Até a marca de refrigerante Dr. Pepper publicou que iria distribuir uma garrafa de bebida de graça para cada cidadão dos Estados Unidos, caso o álbum fosse lançado até 31 de dezembro de 2008.
O Chinese Democracy se torna o álbum mais esperado de todos os tempos, tendo até agora um custo de produção de aproximadamente 13 milhões de dólares.
BIOGRAFIA DA BANDA AC/DC
"capa do album highway to hell"
No começo, em 1955, a face do rock and roll estava mudando rapidamente. Este
foi o ano em que Elvis apareceu pela primeira vez nas paradas, Bill Halley and the
Comets fazia todos dançarem em volta do relógio, Chuck Berry encontrava Muddy
Waters, e o maior guitarrista de todos os tempos, Angus Young, nascia. Mas ele não
nasceu um rock-star, claro... para chegar lá ele teve uma pequena ajuda de seus
irmãos.
Angus e Malcolm foram apresentados ao cenário do
rock and roll por seu irmão mais velho, George. Ele
se tornou um grande astro na Austrália em meados da
década de 60 com um grupo chamado Easybeats. Isto
deixou uma impressão nos dois irmãos mais novos e
os dois acabaram aprendendo a tocar guitarra,
tomando lições de George quando este não estava em
turnê. Depois eles montaram a sua própria banda.
Malcolm participou de algumas bandas de garagem
que não chegaram a lugar algum. Em 1971 chegou a
participar do Velvet Underground. Angus, por seu
lado, montou uma banda chamada Tantrum. As
únicas apresentações foram em festas escolares. Isto
durou até 1973 quando ambos se juntaram para formar o AC/DC.
A estréia do AC/DC ocorreu na festa de ano novo de 1973 no clube noturno
Sydney's Chequers. A formação inicial da banda era: Angus na guitarra solo,
Malcolm na guitarra base, Colin Burgess na bateria, Van Knedt no baixo e Dave
Evans nos vocais. A formação sofreu diversas alterações. Primeiro Colin Burgess
saiu, sendo substituido por Ron Carpenter. Depois Larry Van Knedt saiu sendo
substituido por Rob Bailey. Carpenter não durou muito e foi substituido por Russell
Coleman, logo depois trocado por Peter Clark.
A formação Young-Young-Evans-Bailey-Clark gravou o primeiro single da banda,
Can I Sit Next to You Girl/Rockin' In the Parlour. As próximas mudanças na
formação foram decisivas. O motorista da banda, Bon Scott, disse que sabia tocar
bateria e logo tomou o lugar de Peter Clarks. Ele também trouxe para a banda
Bruce Houwe, baixista, substituindo Bailey. Não demorou muito para que Angus e
Malcon se cansassem de Dave Evans que assumia uma postura cada vez mais glam
rock. Então Evans saiu e Bon se tornou o frontman do AC/DC. Logo depois
Houwe saiu e George Young assumiu o baixo.
O álbum de estréia do AC/DC, High Voltage foi gravado em apenas 10 dias. O
álbum foi lançado na Austrália em Fevereiro de 1975. Phill Rudd e Mark Evans
foram chamados para assumir a bateria e baixo. Esta formação gravaria os próximos
três álbums, T.N.T. em 1975 e Dirty Deeds Done Dirt Cheap em 1976. As
gravações de TNT foram lançadas em alguns países apenas como parte integrante
do álbum High Voltage.
Let There be Rock saiu em 1977. É deste disco um dos maiores clássicos da
banda, presente em todos os shows desde então, Whole Lotta Rosie. Durante a
turnê uma briga entre Angus e Mark levou este último a abandonar a banda. Não se
tratou de diferenças musicais ou coisa parecida, e sim de uma briga de verdade,
com os punhos, aparentemente por causa de uma mulher.
O AC/DC não teve problemas em conseguir um novo baixista. Rapidamente
contrataram Cliff Williams, que está na banda desde então. Esta formação gravou
alguns dos melhores álbums do AC/DC. Em 1978 saiu Powerage. Depois lançaram
o álbum ao vivo If You Want Blood You've Got It que foi gravado a partir de
fitas de diferentes shows em 1978.
Finalmente gravaram o que é considerado o melhor disco da era Bon Scott,
Highway to Hell, em 1979. O título é uma referência (e uma sátira, claro) a
Stairway To Heaven, do Led Zeppelin. Vem deste disco (pelo título e por causa da
gravura da capa) a fama de satanistas do AC/DC. Os boatos de pacto com o diabo e
de que a banda seria uma má influência para a juventude foram reforçados quando
um famoso assassino que se entitulava Night Crawler foi preso e se declarou fã da
banda.
O AC/DC estava recebendo sua merecida popularidade mundial quando uma
tragédia aconteceu. Em 19 de fevereiro de 1980 o vocalista da banda, Bon Scott, foi
achado morto no banco de trás do carro de um amigo. Em um pronunciamento
oficial à imprensa foi informado que Bon morrera de causas naturais, mas como ele
havia bebido muito na noite anterior, acredita-se que ele tenha morrido ao desmaiar
e se sufocar com seu próprio vômito. Há também boatos de que haveria heroína
envolvida, mas a verdade nunca será comprovada.
A questão era decidir se deveriam continuar. Malcolm e Angus rapidamente
decidiram que deveriam, e começaram a procurar o substituto em março. Muitos se
apresentaram, mas nenhum parecia o artista certo por uma razão ou por outra. Um
fã de 14 anos de Chicago enviou uma carta ao AC/DC recomendando o cantor
Brian Johnson, que tocava na banda Geordie. Malcolm lembrou de ter assistido a
um show da banda Geordie e que o próprio Bon havia comentado sobre que grande
cantor Brian Johnson era. A banda fez uma audição com Johnson e pronto.
O próximo álbum da banda, Back in Black, foi uma obra de arte. Bon havia escrito
15 músicas antes de sua morte, mas todas as composições foram abandonadas. A
banda achava que não seria certo que outra pessoa cantasse as músicas de Bon,
então compuseram o álbum inteiro novamente. O álbum foi lançado em julho de
1980, com uma capa preta como tributo a Bon Scott. Esta gravação se tornou o
disco heavy metal mais vendido, mais de 10 milhões de cópias.
O AC/DC alcançou o auge da fama por volta de 1981. Dirty Deeds Done Dirt
Cheap foi finalmente lançado nos Estados Unidos e rapidamente se tornou um
sucesso, chegando a vender mais que Back in Black durante algum tempo. Eles
finalmente eram super-stars.
A formação que gravou Back in Black gravou mais dois álbums. Em 1981
lançaram For Those About to Rock We Salute You, que foi o seu único álbum a
atingir o número 1 na Bilboard.
Após uma imensa turnê mundial gravaram Flick of the Switch em 1983. O
baterista Phil Rudd estava envolvido com drogas e pouco participou das gravações.
Uma briga (de verdade, com os punhos) entre ele e outro membro da banda não
revelado ao público foi a gota dágua para que ele fosse despedido da banda.
Para achar um novo baterista o AC/DC colocou um anúncio em uma revista de
heavy metal, não dizendo de que banda se tratava. Quando Simon Wright, que tinha
20 anos na época, apareceu para a audição, ficou surpreso ao descobrir que estava
sendo testado para o AC/DC. De qualquer forma a banda gostou do que viu, Simon
se juntou à banda, e esta formação gravou Fly on the Wall em 1985.
Em 1986 lançaram Who Made Who, que é considerado por muitos um álbum de
greatest hits da banda. Na realidade é apenas a trilha sonora do filme Maximum
Overdrive. As canções foram escolhidas por Stephen King, que é um grande fã do
AC/DC. Em 1988 gravaram Blow Up Your Video, e mudaram novamente de
formação.
Desta vez o baterista saiu voluntariamente. Simon Wright sempre foi um grande fã
da banda Dio e quando Ronnie James Dio o convidou a se juntarem Simon não
demorou a tomar a sua decisão. O substituto foi Chris Slade, que havia tocado com
Tom Jones e o The Firm. O novo álbum The Razor's Edge foi gravado em 1990.
Até esta época a banda havia lançado apenas um disco ao vivo, If You Want
Blood You've Got It. Decidiram então que era hora de um novo ao vivo. Em 1992
Live foi lançado em dois formatos, CD simples e CD duplo, com a versão dupla, de
circulação limitada, mais direcionada aos colecionadores.
Em 1995 foi anunciado que Rudd estaria de volta à banda. O mais novo álbum do
AC/DC, Ballbreaker, foi lançado em setembro. A turnê mundial começou em
1996, incluindo apresentações no Brasil
A HISTORIA DO SIMBOLO DO ROCK N' ROLL
Símbolo do rock
O simbolo do rock (a mão em forma de chifre), seria na interpretação de álguns roqueiros mais fanáticos e de fanáticos religiosos uma exaltação ao Diabo, a formação dos dedos da mão além de formarem um "chifre" tmb seria a representação do número 666, se vc olhar para sua mão em formação do simbolo do rock vc verá na junção do polegar com o dedo médio, uma forma parecida com um 6, na msm junção do dedo médio com o indicador formará outro 6, e se vc o dorso da mão (o lado do dedo mindinho) verá na junção do dedo mindinho com o anular o 3º 6.
Mas isso é lógico que é um devaneio (viagem na maionese) desses fanáticos religiosos e roqueiros ao extremo.
Na Italia tem um frade da igreja Católica que prega o evangélio de Jesus Cristo através do Heavy Metal, o nome dele (artístico) é Fratello Metallo, e ele faz em suas pregações uma versão do sinal do rock mas usando a Libra (liguagem de surdos e mudos) abrindo o polegar, como se fosse fazer o simbolo da Hang Loose (surf) que na libra significa "Eu te Amo" que é a junção do "i" (eu em inglês), do "L" (Love) e qdo vc gira a mão na direção de uma pessoa signica justamente o "I love you", assim o Fratello Metallo juntamente com suas músicas ele quer dizer que "Jesus te Ama"
______________________________________…
A história deste símbolo é meio misteriosa, mas contam que ocorreu desta forma:
Na verdade, quem inventou (ou pelo menos participou fortemente desta invenção) ele foi nada menos do que o Ronnie James Dio, mais conhecido como só Dio, que foi vocalista do Black Sabbath, mas obteve mais sucesso com sua carreira solo.
Daí, aconteceu que em um show dele, um dos caras que estavam na platéia vendo o show, não curtiu uma música dele e começou a fazer sinal com o dedo médio (o famoso dane-se em palavras sutis). Com isso, Dio, que é italiano, em resposta ao seu "chato" fã, uniu a famosa afronta da Itália (aquela que coloca os dedos embaixo do queixo e joga pra frente a mão), só que ele fez isso com o símbolo do \m/ na mão.
O que aconteceu? Todo mundo na platéia começou a imitar, fazendo o símbolo. E pegou.
PS: isso é uma suposição de que Ron James Dio fora o invetor disso
A HISTORIA DO ROCK N' ROLL
ROCK’N’ROLL – COMO TUDO COMEÇOU
Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Em fins de 1950, nos Estados Unidos, a chamada “geração silenciosa”, marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado.
O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. À medida que o escravo afundava na cultura local - representada, no plano musical, pela tradição européia – o grito ia se alterando, assumia novas formas.(MUGGIATI, 1973, p. 8)
Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a européia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blue”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.
No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.
O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. (CHACON, 1985, p. 24)
Caracterizado como uma versão mais agressiva do blues, o rhythm and blues se formou a partir da necessidade dos cantores em se fazer ouvir nos bares em que tocavam, já que os sons dos instrumentos elétricos exigiam um canto mais gritado (MUGGIATI, 1973). Ainda assim, para a consolidação da primeira forma do rock - o rock’n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada country and western (música rural dos EUA). Chacon (1985) compara esse gênero ao blues, na medida em que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o lamento.
Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra.
Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento adotado pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e violência/autodestruição. (MUGGIATI, 1973)
No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.
...a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que pareciam procurar seu próprio estilo de vida. (CHACON, 1985, p. 25)
O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados: “(...) figuravam convites à dança e ao amor (não necessariamente ao casamento), descrições de carros e de garotas, histórias de colégio e dramas da adolescência...”(MUGGIATI, 1985, p. 19-20)
Em 1954, Bill Haley and his Comets, com a música (We´re Gonna) Rock around the clock, levou os jovens a ingressarem nesse novo ritmo – que no início era apenas um modismo - a partir da expressão contida no título da música, ou seja, dançando sem parar (around the clock). Esta música, que lançou Bill Haley para o sucesso mundial, também fez parte do filme Blackboard Jungle (Sementes de Violência).
A denominação deste novo gênero, que revolucionou a maneira de fazer e ouvir música a partir de 1950, veio de um disc-jockey norte-americano, Alan Freed, que se inspirou em um velho blues: My daddy he rocks me with a steady roll (Meu homem me embala com um balanço legal). Ele foi um personagem importante para os primeiros momentos do rock, já que passou a divulgar ‘festinhas de rock’n’roll após o programa de música clássica que mantinha em uma rádio em Ohio. Tudo começou quando foi convidado por um amigo a visitar uma loja de discos em que viu vários jovens dançando ao som de uma música que até então ele nunca havia parado para ouvir: o rhythm and blues. (MUGGIATI, 1973, p. 36)
O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento. O rock ´é´ e ´se define´ pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque seu mercado básico, o jovem, é dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição ( e da estagnação...) (CHACON, 1985, p. 18-19)
Assim, o ritmo dançante da música de Bill Haley contagiou os jovens e também levou muitos outros artistas a seguirem seus passos. Ele adaptou o ritmo do swing (ritmo dançante) ao som das guitarras elétricas e transformou (We´re Gonna)Rock around the clock no hino oficial do rock’n’roll. Depois de Haley, outros artistas da década de 50, como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis também marcaram presença na história do rock’n’roll. A música do ex-trombadinha negro, Chuck Berry, foi inclusive inspiração para outros artistas que apareceram no cenário do rock anos mais tarde. Johnny B. Goode, de autoria de Berry, é até hoje ouvida e tocada por muitos amantes do rock em geral.
Um dos artistas mais importantes dos primeiros anos do rock’n’roll foi Elvis Presley. Como explica Chacon (1985), “só um símbolo sexual, devidamente municiado pelos melhores autores e ‘cantando e suando como um negro’ poderia transformar aquele modismo numa verdadeira revolução”. A sensualidade presente na voz rouca e na sua maneira de dançar, que transformaram Elvis numa superestrela do rock, tornou-o um exemplo clássico da influência negra sobre a sociedade branca norte-americana – aspectos para os quais Chacon (1985) chama a atenção. Além disso, sua história também tem pontos em comum com a de outros artistas: vidas atribuladas, envolvimento com drogas, relacionamentos desfeitos e um triste fim. Estes foram também alguns dos ingredientes das vidas de Jerry Lee Lewis, que teve muitos problemas com bebida e se casou várias vezes ou de Buddy Holly, que morreu ainda jovem em um desastre de avião.
O envolvimento com drogas e a vida atribulada dos artistas de rock ficaram marcados como algumas das características do gênero; a vida dos artistas citados acima demonstra que isso começou ainda nos primórdios do rock’n’roll.
“O Rei do Rock”
Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, em um casebre de dois cômodos. Seu irmão gêmeo, Jesse Garon, morreu ao nascer. Talvez levada pelo sentimento dessa perda, a mãe de Elvis, Gladys, idolatrava o filho.
Desde criança, Elvis interessava-se pela música; aos oito anos ganhou da mãe sua primeira guitarra. Ele ia com seus pais à igreja freqüentemente e adorava música gospel, o que o fez entrar para um coral. Além da música que ouvia na igreja, Elvis tornou-se um ouvinte assíduo de rádios que tocavam blues e r&b(rhythm and blues).
Em 1948, Elvis mudou-se com a família para Memphis, onde seu pai arranjou um emprego de caminhoneiro. Como não se preocupava muito com os estudos, Elvis contentava-se em garantir o mesmo emprego de seu pai, mas continuava a interessar-se por música.
No último ano escolar, o até então tímido Elvis Presley começou a chamar atenção. Ele levava o violão para a escola (chegou a ganhar um concurso de talentos) e adotou um estilo de cabelo diferente, mais comprido, além de usar roupas vistosas e multicoloridas. Foi quando conseguiu um emprego como chofer que percebeu a chance para uma reviravolta na sua vida:
Naquele verão, em seu novo emprego (...) para uma companhia de eletricidade, Elvis estacionou durante a hora do almoço diante do número 706 da Union Avenue, em Memphis. Pagou quatro dólares e saiu com o único exemplar do primeiro disco de Elvis Presley, um acetato de dez polegadas com uma canção em cada lado.” (MUGGIATI, 1985, p.30)
Este primeiro disco que gravou pela Sun Records não impressionou o dono da gravadora, Sam Phillips. Mas quando ele juntou-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black, uma brincadeira de estúdio chamou a atenção de Phillips, que os mandou continuar com a gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur “Big Boy” Crudup e virou o primeiro sucesso comercial de Elvis Presley. A partir daí iniciaram turnê pelos Estados Unidos.
A gravação de That’s all Righ (Mama) representou a “síntese da música blues e country que deu origem ao chamado ‘rockabilly’ (...) uma criação de Elvis Presley, que combinou o estilo vocal rouco e emocionado e a ênfase no ‘feeling’ rítmico do blues...” (Friedlander, 2002, p. 70) O guitarrista Scotty Moore também contribuiu para esse estilo, ao misturar o estilo country de tocar com a nota sustentada do blues.
O sucesso do rock’n’roll fez com que as grandes gravadoras procurassem novos artistas. A RCA, percebendo o efeito de Elvis nas platéias, pagou à Sun 35 mil dólares pelo último ano de seu contrato. Assim, Elvis Presley caiu nas mãos do “coronel” Tom Parker.
Como aponta Friedlander (2002), Elvis não era o mais talentoso instrumentista ou compositor, mas ele teve “o momento” e “a equipe”, o que fez toda a diferença. A brilhante capacidade de Tom Parker para divulgação e gerenciamento da carreira de Elvis foi essencial para sua transformação em “Rei do Rock”.
Assim, seguiram-se centenas de discos, dezenas de filmes e longas turnês, embalados pela histeria das fãs que não resistiam à sensualidade de Elvis. Em 1956, ele gravou Heartbreak Hotel e I Want You, I Need You, I Love You. As duas músicas conquistaram o primeiro lugar das paradas de sucesso, sendo que no final deste ano, o domínio era literalmente seu. Don’t Be Cruel e Hound Dog formavam um compacto duplo que chegou ao primeiro lugar. Entretanto, gradativamente Elvis ia perdendo sua vida própria, sendo cada vez mais manipulado para fins comerciais.
No final dos anos 50, Elvis alistou-se no exército, quando teve seu cabelo – “um dos símbolos da masculinidade roqueira’ – cortado. “Impulsionado pela imagem de Elvis, ‘o patriota’, sua fama (...) aumentou, inclusive entre os adultos”. (id. p. 73)
Durante o período em que se alistou, Elvis perdeu a mãe, fato que muitos consideram nunca ter sido superado por ele. No início dos anos 60, enquanto o rock’n’roll seguia seu curso, Elvis resolveu gravar “baladas água com açúcar”, como It’s Now ou Never e Are You Lonesome Tonight?. Nesta época, ele não dominava mais as paradas, deixando até mesmo de apresentar-se em público e perdendo a postura de “roqueiro rebelde”.
Em 1968, Elvis volta aos palcos, mas estava exausto. A partir de 1970, seu comportamento autodestrutivo começou a preocupar alguns de seus amigos. Elvis havia engordado bastante (tinha que fazer dietas para apresentar-se em público) e estava usando tantas drogas, que chegou ao ponto de não conseguir levantar da cama em certos dias. O depoimento de um amigo constata que “seu corpo não funcionava mais como o de um ser humano normal. (...) Ele era uma farmácia ambulante”. (id. p. 75)
Essa fase também representou o isolamento de Elvis, que vivia fechado em sua mansão em Graceland. Em 16 de agosto de 1977, seu organismo esgotou-se, e ele morreu no banheiro de sua mansão, com pelo menos dez tipos de drogas circulando pelo seu corpo.
Até o final de sua carreira, Elvis Presley emplacou 107 canções de sucesso, o que representa um recorde – os Beatles ocupam o segundo lugar com a marca de 48 canções. Até hoje considerado por muitos o “Rei do Rock”, a importância de Elvis reside no fato de foi ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular. Para a juventude de sua época, foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.
A “Geração Beat”
Em fins de 1950, o rock’n’roll já se apresentava como um produto inserido no sistema cultural. A postura de diversos setores da sociedade havia mudado em relação ao rock: se antes ele era maldito, condenado pelos setores mais conservadores, agora já fazia parte dos valores da sociedade em geral. Nessa época, o gênero sofreu um “esvaziamento”, provocado pela intensa comercialização dos discos de rock’n’roll e a divulgação de ritmos dançantes.
Essa ´comercialização´, esse abrandamento do fogo do rock, repercute entre os próprios artistas negros quando à prosperidade da Era de Eisenhower promove o aparecimento de uma classe média negra que se pretende ´respeitável´ e psicologicamente embranquecida. (MUGGIATI, 1973, p. 41)
Ao mesmo tempo em que o rock’n’roll se expandia, alguns músicos negros passaram a criar um tipo de música mais suave, até mesmo religiosa: “Era uma música sob medida para servir de pano de fundo sonoro à TV...”(id.)
Um dos presidentes dos Estados Unidos no final da década de 1950, Eisenhower foi um herói da Segunda Guerra; sob seu governo, o país era considerado o guardião da paz no mundo, apesar da entrada na Guerra do Vietnã. Esse acontecimento desencadeou muitas manifestações por parte dos jovens, que condenavam a guerra.
Por volta de 1960, um novo personagem surge no cenário do rock, movido pelo ideal de revolução e por forte sentimento político: Bob Dylan, o “apanhador nos campos de centeio”. Como compara Muggiati (1973), Dylan é a personificação de Holden Caulfield, o garoto desajustado do livro de J. D. Salinger – personagem considerado o ponto de ruptura no modelo juvenil americano da década de 50.
Paralelamente à música de Dylan, o movimento beatnik também movimentava a América, inclusive influenciando na composição das músicas e na postura dos jovens da época. A expressão beat, segundo Mugiatti (1985, p. 61), poderia representar “batida”, “ritmo” ou também “derrotado”, “cansado”, enquanto que nik relacionava-se a “esquerdismo”, “rebelião”. Jack Kerouac e Allen Ginsberg foram importantes representantes da estética beat.
A música de Dylan se encaixa em um novo “modelo” de rock que surgia no começo da década de 60: a canção de protesto. Junto com Joan Baez, uma cantora de ascendência mexicana, Dylan se tornou o porta-voz da juventude pela liberdade, contra a guerra do Vietnã e o preconceito racial. Em 1963, os dois estavam na Marcha dos Direitos Civis sobre Washington, ao lado do líder negro Martin Luther King.
A música de Dylan e Baez era a chamada folk song. Ao som de violão, voz e gaita, eles se preocupavam com a poesia das letras; o importante, nesse caso, era a mensagem a ser transmitida. Uma das canções de Dylan de maior sucesso foi Blowin’ in the Wind; ele também publicou um livro de poemas, intitulado Tarantula, em 1966. Joan Baez teve uma de suas canções, Diamonds and Rust, regravada anos mais tarde por uma banda de heavy metal, Judas Priest.
No entanto, a influência de Bob Dylan (vaiado no Festival de Newport por se apresentar ao som de guitarra elétrica) e Joan Baez foi se dissolvendo a partir de 1965, como explica Chacon (1985):
...parece ter sido o ano da virada. O burburinho que vinha se formando no início da década, seja no sentido Rock, seja num sentido mais amplo, tomou contornos rápidos a partir daquele ano e tornou São Francisco a nova capital do mundo juvenil.
“DÁ LICENÇA, ME DEIXA BEIJAR O CÉU?”
Na década de 60, as roupas coloridas, cabelos compridos e o “flower power” tomaram conta da América, mais especificamente da Califórnia, com o movimento hippie. Movidos pelo slogan “paz e amor”, esses jovens que se entregaram à ideologia do pacifismo, do amor livre e das “viagens” de LSD representaram um movimento importante para a contracultura: “o movimento hippie vai construir suas comunidades em meio a um clima astrológico que previa (...)o advento de um novo mundo”(CHACON, 1985. p. 63). Eles esperavam pela “Era de Aquário” em meio à busca pelo prazer: “...não havia lugar para a injustiça social, a degradação da natureza e a opressão humana.”(MUGGIATI, 1985, p. 41)
Neste contexto, acontece o Festival de Monterey, em 1967, quando surge uma nova estrela que teria seu nome gravado na história do rock: Janis Joplin. Essa branca do Texas, que passou a adolescência ouvindo cantoras negras de blues como Bessie Smith e Billie Holliday, “aos 17 anos abandona a família para cantar em troca de bebida nos bares de beira de estrada, seguindo a trilha errante dos cantores de blues” (MUGGIATI, 1973, p. 45). A voz rouca de Janis e sua interpretação nos palcos a tornaram uma das cantoras mais sensuais de todos os tempos; uma de suas frases confirma essa característica, mas também demonstra a sua dor ao lidar com as pressões da carreira: “Faço amor no palco com 25 mil pessoas e depois vou para casa sozinha” (id., 1985, p. 13).
Outro importante artista que deixou seu nome marcado como um dos maiores guitarristas de rock foi Jimi Hendrix. Influência para muitos outros que vieram nas décadas seguintes, Hendrix inaugurou o virtuosismo nas canções de rock; o uso de tecnologia para a distorção de sons, apresentações de contorcionismos com a guitarra e o visual extravagante foram marcas registradas deste astro do rock.
Seu relacionamento quase sexual com a guitarra se assemelha à dança de acasalamento de uma espécie estranha, de uma raça interplanetária. Além das contorções corporais, Jimi joga com as distorções sonoras, arrancando notas incríveis da guitarra, envenenada por uma quantidade de novos recursos eletrônicos. (id., p. 17)
No início, Hendrix formou o The Jimi Hendrix Experience, mas sua carreira se consolidou realmente como artista solo, acompanhado, muitas vezes, por outros músicos. Uma de suas canções mais conhecidas, Hey Joe, conta a história de um marido que mata sua esposa; essa música, inclusive, foi regravada nos anos 90 por uma banda brasileira, O Rappa.
The Doors foi outro grupo que surgiu em 1967 e teve uma curta, porém marcante carreira. Jim Morrison, vocalista e líder da banda, mostrava grande sensualidade no palco. Um dos interesses de Morrison, que também havia estudado técnicas cinematográficas em Los Angeles, era o xamanismo, antiga religião asiática. No dicionário, xamã significa “sacerdote mágico, que entra em transe”, e essa descrição é adequada à postura de Jim Morrison. A música The end, do mesmo disco da clássica Light my Fire, foi incluída no filme Apocalipse Now, de Francis Ford Copolla.
Uma possível explicação para o nome The Doors a inspiração da banda no livro de Aldous Huxley, de 1954, The doors of perception, o qual se relacionava às sensações provocadas pelo uso de drogas. Como explica Muggiati (1973), artistas como Jim Morrison buscavam o efeito da sinestesia em suas canções – “o estímulo que atua sobre um canal sensorial parece evocar imagens de outro canal tão prontamente como se fossem sensações do mesmo ‘modo’”. Para isso, as drogas exerciam papel fundamental: “naqueles dias a vida ou corria muito rápida (como quando se rebobinava um filme) ou então tudo parava, no torpor das drogas (como em câmara lenta).” (id., 1985)
Ainda houve muitos outros grupos que caracterizaram o rock de São Francisco, influenciado pela cultura dos hippies e, conseqüentemente, pelo psicodelismo. Entre eles, The Grateful Dead, Buffalo Springfield, The Byrds, The Mamas and Papas (autores da clássica California Dreamin’), Creedence Clearwater; mas um que merece destaque é o Jefferson Airplane.
Como explica Muggiati (1973), o grito de guerra do Jefferson Airplane, liderado pela vocalista e compositora Grace Slick, era Feed your head! (Alimente sua cabeça). Isso demonstra uma das características do rock desta época, que, além de ser chamado de acid rock (rock-ácido), também ficou conhecido como head-music (música de “cuca”, ou de “curtição”).
Entretanto, em 1970, as mortes de importantes representantes do acid rock abalaram a ligação entre a música e as drogas: Jimi Hendrix é sufocado com seu próprio vômito, depois de uma intoxicação de barbitúricos e Janis Joplin é encontrada em seu quarto, vítima de overdose de heroína. No ano seguinte, Jim Morrison morre devido a uma parada cardíaca. Os três formaram a chamada “Santíssima Trindade Trágica do Rock”, como compara Muggiati, e marcam uma época de transição - a partir de 1970, o rock sofre uma nova mutação.
A Invasão Inglesa
Antes da história continuar na América, é preciso se deslocar para a Inglaterra. Desde o início da década de 1960 o país apresentava uma movimentação no cenário do rock, bandas se apresentando nos pubs (bares) londrinos. Neste contexto, os jovens protestavam contra a corrida nuclear e o passado histórico do país justificava as manifestações desta geração: “...os ingleses tinham a II Guerra, o colonialismo, o espírito vitoriano e outras imagens e culpas da História que pareciam alimentar muito mais a produtividade musical...” (CHACON, 1985, p. 30) Musicalmente, era comum entre os artistas britânicos a referência ao skiffle, um ritmo de percussão baseado nos sons de instrumentos improvisados.
Assim como na América o consumo foi supervalorizado no início da história do rock’n’roll, este também o foi na Inglaterra a partir de 1960 e mais uma vez o cinema procurou retratar esses valores. Nesta época foram produzidos os filmes da série James Bond, em que o personagem é um espião perseguindo seus objetivos a qualquer custo.
A classe que ascendeu na Inglaterra foi a operária, que finalmente, sob a influência do blues, deu os primeiros passos para o surgimento de importantes grupos de rock. Inclusive, uma cidade operária – Liverpool - foi o berço de uma das principais bandas da história do rock – e talvez a principal: The Beatles.
O Submarino Amarelo
No início de 1956, John Lennon formou o conjunto The Quarrymen, que nada mais era do que uma reunião informa de amigos. O grupo se estabilizaria em 1960, com Paul McCartney e George Harrison como guitarristas, Stu Sutcliffe no baixo e o baterista Pete Best.
Neste mesmo ano, The Quarrymen deixa de existir; em seu lugar, surge uma “banda profissional de rock’n’roll’, os Beatles. O nome foi uma combinação da palavra beetle (besouro) com uma expressão comum à época para o rock: música beat. A referência aos insetos foi uma homenagem ao grupo de Buddy Holly, chamado Crickets (grilos).
Em 1962, os Beatles foram tocar em Hamburgo, Alemanha, quando encontraram o baterista Ringo Starr, que tocava com os Hurricanes. Pouco tempo depois, ele substituiria Pete Best.
Finalmente em agosto deste mesmo ano, o grupo entraria nos estúdios de Abbey Road para a gravação do primeiro compacto da banda, com as músicas P.S. I Love You e Love me Do. Nesta época, Stu Sutcliffe havia deixado os Beatles e Paul tomou a posição de baixista do grupo.
Com o segundo single, Please Please Me, os Beatles alcançaram o topo das paradas britânicas. A esta altura, Brian Epstein já era o empresário da banda; sua disposição e talento em vender a imagem do grupo o transformaram no “quinto beatle”.
Em 1963, apenas um ano depois do primeiro lançamento dos Beattles, a Beatlemania eclodiu na Inglaterra. Brian Epstein e o produtor George Martin, da EMI, decidem partir com a banda para os Estados Unidos, cientes da popularidade do grupo. Em 1964, os Beatles conquistam a América com I Want to Hold Your Hand. A apresentação da banda no programa de televisão de Ed Sullivan – o mesmo que tinha lançado Elvis Presley – foi a alavanca para que a mídia norte-americana passasse a publicar matérias sobre os “Fab Four” (como eram conhecidos).
Ainda neste mesmo ano, os Beatles lançam seu primeiro filme, A Hard Day’s Night, em que representam a banda sendo perseguida por uma legião de fãs fanáticas. A trilha sonora do filme trouxe canções como Can’t Buy me Love e a romântica And I Love Her – a primeira de uma série de baladas de Paul McCartney.
Durante os shows dos Beatles, quase não se ouvia suas músicas, devido à quantidade de garotas que gritavam histericamente pelos músicos. A partir de 1965, o grupo passou a se preocupar mais com as composições, deixando o amor romântico de lado e empenhando-se em explorar outros temas. O disco Rubber Soul, lançado neste mesmo ano, marca o amadurecimento da banda, visível na crítica social de Nowhere Man ou nas referências abstratas de Norwegian Wood, entre outras composições deste disco.
O ano de 1966 marca a primeira experiência dos Beatles com o LSD (até então, a maconha era a droga mais consumida). Revolver, lançado neste ano, confirmou a mudança de direção que apenas havia sido esboçada no álbum anterior. George Harrison aparece como um compositor importante, colocando suas referências à música indiana, como o som de cítara em Love to You. Neste disco, a dupla de compositores Lennon-McCartney praticamente se desfez, na medida em que o vocalista geralmente era o autor da canção que interpretava.
Junto com a mudança de rumo da banda, também veio a decisão de parar com as turnês. Com mais tempo livre, cada beatle resolveu se isolar por um tempo. Nesse meio tempo, John Lennon conheceu a artista plástica Yoko Ono, George Harrison viajou Índia, Paul McCartney voltou a estudar artes e Ringo Starr saiu de férias.
Em 1967, eles se reuniram novamente para a produção do álbum que mudaria definitivamente os padrões do rock’n’roll: o experimental Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Apropriadamente chamado de cabaré alucinatório (...) o álbum dá a idéia de um concerto o vivo – o barulho de público e a faixa título introdutória são seguidas pelo resto das canções, por um refrão final de Sgt. Peppers, e o bis, ou epílogo, A Day in the Life. (FRIEDLANDER, 2002, p. 135)
Na verdade, este álbum foi concebido como a materialização de uma fantasia dos quatro integrantes da banda, que introduziram elementos artísticos inovadores em cada uma das canções. Ele foi composto como uma colagem, em que o trabalho do produtor George Martin foi fundamental para tornar possível as experimentações sonoras pretendidas pelos Beatles. Na música A Day in the Life, por exemplo,a banda quis introduzir no final uma nota audível somente pelos cachorros; realmente, fica a impressão de um espaço “vazio” quando se escuta esta música. A capa de Sgt Pepper’s também demonstra o experimentalismo pretendido pelo grupo; personagens admirados pelos Beatles, como Karl Marx, Jung, o Gordo e o Magro, William S. Burroughs, Aldous Huxley, amigos como Dylan, Sutcliffe e os Rolling Stones, povoam a colagem de um retrato acima de um jardim de maconha (imperceptível aos executivos da gravadora).
Em agosto de 1967, os Beatles são atraídos pela meditação transcedental do guru indiano Maharishi Mahesh Yogi. Enquanto eles buscavam por uma regeneração espiritual, recebem a notícia de que Brian Epstein havia morrido, por excesso de remédios para dormir –esse fato foi como um presságio para a dissolução da banda poucos anos depois.
Com a perda de Brian Epstein – e influenciados pelos conselhos do Maharishi - os Beatles passaram a se preocupar com os negócios da banda pessoalmente. Com uma idéia de Paul, decidem lançar o filme The Magical Mistery Tour, sobre uma viagem psicodélica em um ônibus. No entanto, nem o filme, nem a trilha sonora tiveram sucesso; muitos críticos consideraram a empreitada uma “bomba promocional”. Alguns dos poucos números bem recebidos pela crítica foram I am the Walrus, Fool on the Hill e a canção título.
Em 1968, os Beatles se encontram novamente com o Maharishi; eles partem com uma comitiva para a Índia, mas não ficam por muito tempo. O interesse do guru indiano por autopromoção logo veio à tona, e os Beatles compuseram a canção Sexy Sadie, em alusão a essa decepção: “’Sexie Sadie, what have you done/You made a fool of everyone’ (Sexie Sadie, o que você fez/você fez todo mundo de idiota)”. (id., p. 138)
De volta para a Inglaterra, a banda resolveu se dedicar à expansão dos negócios da Apple, a empresa que haviam fundado em 1967 para cuidar do marketing dos Beatles. O primeiro projeto desta companhia foi um desenho animado baseado em uma composição de 1966, Yellow Submarine; o resultado se mostrou uma “festa colorida para olhos e ouvidos”.
Em novembro deste ano, o primeiro disco da Apple foi lançado; as trinta canções do White Album, como ficou conhecido, foram acomodadas em um álbum duplo. Depois do desastre de Magical Mistery Tour, este lançamento representou o melhor momento dos Beatles após a morte de Epstein. Helter Skelter, While my Guitar Gently Weeps, Ob-La-Di,Ob-La-Da, Blackbird e Piggies, entre outras, são algumas das canções deste disco, marcado por diversidades estilísticas. No entanto, apesar deste bom momento musical, internamente as coisas não andavam muito bem.
Cada vez mais os integrantes dos Beatles se afastavam um dos outros, dedicando-se mais aos seus projetos individuais. Assim, após o lançamento de White Album, a tentativa de realizar um projeto grandioso para o ano de 1969 – batizado de Get Back - não deu certo. O projeto começou em janeiro, mas as gravações foram abandonadas no dia 30, quando os Beatles promoveram um show no telhado prédio da Apple. - a última apresentação dos Beatles. O compacto Get Back/Don’t Let Me Down, com os resquícios da gravação, foi lançado em abril deste ano, para agradar aos fãs.
O casamento de Lennon com Yoko Ono e MacCartney com a fotógrafa Linda Eastma, em março de 1969, foi sintomático do individualismo que se instaurou entre os membros da banda, já que refletia o desejo de cada um por interesses pessoais. Mesmo em meio a esse “clima de separação”, Abbey Road é lançado pela EMI, constituindo um fenômeno de vendas.
Quando Abbey Road chegou às lojas, os Beatles já não eram uma banda; cada integrante estava mais envolvido com seus projetos solo e haviam rejeitado a proposta de uma turnê norte-americana. Como a banda ainda precisava cumprir seu contrato com a EMI, algumas canções do antigo projeto Get Back foram transformadas no disco Let it Be, que nem sequer foi produzido por George Martin. Este disco continha apenas dez músicas e representou o “amargo” fim dos Beatles, que foi anunciado oficialmente em 1970.
Pedras que Rolam
Entretanto, não só do sucesso dos Beatles vivia a Inglaterra. Rolling Stones e The Who são exemplos de grupos que surgiram na década de 60 e que marcaram o rock em muitos sentidos.
O verso de uma canção de blues de Muddy Waters – rolling stones gather no moss (pedras que rolam não criam musgo) - dá o nome ao conjunto fundado pelo guitarrista Brian Jones. O vocalista, Mick Jagger, torna-se o líder da banda após a saída de Jones. A influência negra é uma das marcas do grupo, além da sensualidade e uma certa androginia, características da performance de Jagger.
O repertório dos Rolling Stones é um verdadeiro ‘erotikon’ e, se o grande tema de suas canções é a alienação, o assunto certamente é sexo. Não foi por acaso que um de seus maiores sucessos, a música que marcou seu estilo, se chamou ‘(I can´t get no) Satisfaction’, comentário cáustico sobre a impotência do homem moderno. Nos concertos, Mick Jagger costuma rebolar com a malícia de um travesti e manipula o microfone fálico com mil insinuações. (MUGGIATI, 1973, p. 94)
Em 1968, os Stones exploram o engajamento político na música Street Fighting Man, influenciados pelas manifestações políticas de massa que emergiam. A música, composta por Mick Jagger e Keith Richards, torna-se hino dos revolucionários e é censurada pela polícia de Chicago.
Diz a canção...: ‘Everywhere I hear the sound of marching, charging feet, boy/Comes summer here and the time is right for fighting in the streets, boy’. – ‘Por toda parte ouço o som de pés marchando, atacando, boy/O verão chegou e a hora é de lutar nas ruas, boy’. (...) E, no final, a canção dos Stones também tende para a solução individual em detrimento da política: ‘But what can a poor boy do/Except sing in a rock´n´roll band/Guess in sleepy London town there´s just no place for a street fighting man’. – ‘Mas que pode um garoto pobre fazer/Exceto cantar num grupo de rock’n’roll?/Pois na sonolenta cidade de Londres, não há lugar para um homem de briga-de-rua.’ (id., p. 25)
A música dos Stones é da mesma época de Revolution, dos Beatles. Esta última também foi composta a partir do contexto político-social de 1968, marcado principalmente pelas manifestações de maio deste mesmo ano. Os críticos passam a analisar Revolution e Street Fighting Man e a compará-las, sendo que consideram a primeira como uma “contra-revolução” e a segunda como a “verdadeira revolução”. Mas, tanto as últimas estrofes da música dos Stones quanto uma declaração de Jagger – “Eles devem pensar que ‘Street Fighting Man’ é capaz de promover uma revolução...Eu bem que gostaria que isso fosse verdade” (id.) – demonstram que a idéia dos críticos se baseia em suposições.
Outro grupo inglês desta época que merece destaque é o The Who. A banda torna-se um exemplo claro da busca pela sinestesia e a sensualidade nas músicas. Esses dois aspectos são visíveis na ópera-rock Tommy, composta pelo guitarrista Peter Towshend. A música conta a história de um menino que nasceu cego, surdo e mudo – imagem alusiva à repressão social dos indivíduos. Os pais do garoto o levam a médicos e até a milagreiros, até que um dia ele passa por uma experiência psicodélica e tem seus sentidos liberados. Já foram realizadas várias encenações para a apresentação da história de Tommy.
O refrão cantado por Roger Daltry em tom de súplica, ‘See me, feel me, touch me, heal me’ é um apelo em favor da abertura das percepções, do descondicionamento, da libertação dos sentidos. Nota-se na frase uma superposição dos diversos ‘modos’ sensoriais.” (MUGGIATI, 1973, p. 95)
A performance do The Who foi o ponto que mais caracterizou o grupo inglês, um dos primeiros a destruir instrumentos no palco (não se esquecendo dos rituais de Hendrix com a guitarra). Este costume, que se tornou comum em muitas bandas de rock que despontariam anos depois, tem explicações antropológicas. Segundo estudiosos das manifestações culturais de antigas tribos, a raiz desta atitude dos artistas de rock está no potlatch.
O potlatch é uma prática das sociedades primitivas que consiste na troca ou destruição de bens pelos chefes do clã ou da tribo. O líder afirma com esse gesto sua independência, mostrando maior capacidade de retribuir do que de receber. (...) desafia assim os chefes de outras tribos a negarem, como ele, a riqueza, recolhendo desse ato de aparente autodestruição um prestígio político imenso, e reforçando sua imagem junto aos seus. (MUGGIATI, 1985, p. 100)
A destruição nos palcos era aceita pelo público, o que caracteriza uma nova forma de comunicação entre a banda e a platéia de seus shows. O grupo inglês passou a infundir uma nova atitude para o rock, que o tornou mais pesado e sofisticado – o que se convencionou chamar hard rock.
Sob esse novo contexto, registra-se o surgimento de guitarristas herdeiros do virtuosismo de Hendrix, como por exemplo Eric Clapton e Jimmy Page, ambos fortemente influenciado pelo blues.
Em fins de 1960, Clapton ingressou no Cream. Como o próprio nome indica (“creme”), a preocupação era com a elaboração instrumental, ou seja, muitas melodias e solos de guitarra bem trabalhados; o grupo alcançava os níveis sonoros de uma orquestra apenas com o som de estúdio. O Cream teve grande repercussão, sendo que em 1968, o LP Disraeli Gears era o mais vendido nos Estados Unidos.
Jimmy Page tocou incialmente com The Kinks e Joe Cocker. A convite de seu amigo, o também guitarrista Jeff Beck, integra o Yeardbirds (que posteriormente se transformaria no Led Zeppelin, nos anos 70). Essa banda caracterizou-se pela presença de grandes guitarristas (Eric Clapton também havia tocado neste grupo). Page influenciou muitos guitarristas que surgiram nas décadas seguintes e também se utilizava das escalas de blues para compor músicas de rock.
Ainda antes da virada 1960/1970 se firmar como a época de novas revoluções musicais, acontece a sagração da contracultura: o festival de Woodstock, entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969. Após os acontecimentos políticos de 1968, o festival representou a convergência cultural do movimento hippie. Em um grande campo aberto em White Lake, New York, cerca de 500 mil pessoas viveram três dias de “paz e música”, embaladas pelo som dos maiores artistas de rock da época.
O ingresso para um dia de Woodstock custava 7 dólares, mas a maioria do público quebrou as cercas e entrou sem pagar nada. Joan Baez, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Jefferson Airplane, Iron Butterfly, Creedence Clearwater, entre outros, se apresentaram a uma multidão que aguardava o sonho hippie ser concretizado. Na realidade, os que vivenciaram os três dias de festival, “saíram de lá sentindo-se ungidos de santidade, como seres privilegiados de outro planeta, superior”(MUGGIATI, 1985, p.45). O evento foi documentado em um filme de mais de três horas de duração, dirigido por Michael Wadleigh
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“O SONHO ACABOU”
Apesar de Woodstock representar a confirmação da ideologia hippie, quando a imprensa finalmente passou a se interessar pela contracultura, o ano de 1969 marca o fim da era em que se anunciava essa “sociedade utópica”. Os assassinatos da atriz Sharon Tate (mulher do diretor de cinema Roman Polanski) e do casal Labianca, cometidos por hippies fanáticos, seguidores da seita liderada por Charles Manson, abalaram o mundo e ajudaram a exterminar o movimento hippie nos Estados Unidos. ”Misturando Bíblia e Beatles em sua imaginação distorcida, Manson lhe dava uma interpretação altamente pessoal, em que se via como o agente de um novo Apocalipse.” (MUGGIATI, 1985, p. 49)
Tanto na casa de Sharon Tate quanto na casa dos Labianca, foram encontradas inscrições a sangue nas paredes. No último caso, as palavras PIGS e HELTER SKELTER foram escritas com o sangue das vítimas na porta da geladeira. As palavras são alusões a duas canções dos Beatles: Piggies e Helter Skelter.
Além do caso Tate-Labianca, o ex-guitarrista do Rolling Stones, Brian Jones, morre em 1968; o acontecimento antecipou a perda da tríade Janis-Hendrix-Morrison, já citada. Esses fatos resultaram em um grande desfalque para a música, tornando o fim da década de 1960 uma sucessão de acontecimentos tristes para o rock.
O Festival de Altamont, que aconteceu em uma pista de corridas desativada a uns 60 quilômetros de São Francisco, vem engrossar a lista de tragédias da época. Trezentas mil pessoas, que esperavam para ver, entre outros, Rolling Stones e Jefferson Airplane, depararam-se com a falta de organização do festival, programado de última hora. Muita sujeira, drogas, doenças e quatro mortes foram os resultados de Altamont. O documentário da turnê americana dos Stones, Gimme Shelter, mostra a cena de um jovem negro que puxou um revólver e foi esfaqueado por membros do “Hell Angels” – os seguranças improvisados do evento.
Manson e Altamont atingiam em cheio as duas maiores entidades do rock, os Beatles e os Rolling Stones, e mostravam como a música podia ser perigosa e desencadear forças negativas e violentas entre um público imaturo e dominado por impulsos de destruição. Assim, o mundo e a contracultura ingressaram na feia realidade de 1970. (MUGGIATI, 1985, p. 50-52)
A década que se iniciava mostrava-se caracterizada por um forte individualismo, contrastando com o engajamento político e o sonho da comunidade alternativa, pregado pelos hippies. Como se não bastassem todas as mortes que ocorreram nesta época, também registrou-se o fim dos Beatles, em 1970.
Em fins de 1960, houve a confluência de várias novas tendências do rock, normalmente caracterizadas pela preocupação com a elaboração sonora das canções. "O ano de 1967 é marcado no 'rock' por uma verdadeira revolução conceitual, onde o vulgar é soterrado por um 'status' equivalente a qualquer revolução de outrora (...)o fato foi que o rock intelectualizou-se" (MONTANARI, 1988, p. 66).
O Rock como Forma de Arte
Um dos rótulos que surgiu ainda antes da virada da década de 70 foi o rock progressivo, fortemente influenciado pela música clássica e pelas inovações tecnológicas. O grupo de maior destaque nesta categoria é o inglês Pink Floyd, mas antes deles, o Alan Parsons Project apresentava uma nova proposta de rock, em que veiculavam pelo rádio os Contos de Mistério e Imaginação, de Edgar Allan Poe. O King Crimson também inovou neste sentido, ao lançar álbuns conceituais como In the Court of King Crimson e In the Wake of Poseidon.
Outro grupo que também contribuiu para o desenvolvimento do progressivo e deu o primeiro passo para a mistura entre o rock e a música erudita foi o Moody Blues. Em 1968, esta banda gravou com a Orquestra Sinfônica de Londres, inaugurando a composição de “poemas orquestrais”, em que se destacava o “forte clima descritivo das canções”.
A música erudita, nesta época, teve importância fundamental para as composições de rock. Muitos músicos se utilizavam da influência de compositores como Bach ou Mozart para a elaboração de canções, expandindo as fronteiras musicais. Rick Wakeman, do Yes, possuía formação em música clássica e a utilizou nas suas canções de rock.
Da junção do nome de dois bluesmen americanos, Pink Anderson e Floyd Council, surgiu na Inglaterra o grupo que se transformou em um ícone para o rock como forma de arte; o Pink Floyd se caracterizava pela preocupação com os efeitos especiais das apresentações ao vivo como complementação para sua música. Vários clássicos foram lançados pela banda, como The Dark Side of the Moon (1973) e The Wall (1979); este último rendeu também um filme homônimo, de 1984.
Outra conquista do Pink Floyd foi superar a barreira entre os sons perfeitos fabricados em condições ideais no estúdio e a música forçosamente problemática das apresentações ao vivo. Eles conseguiram isso completando seus espetáculos com efeitos visuais que realçassem o clima de sua música e, evidentemente, ampliando também a formação costumeira do grupo, um quarteto. (MUGGIATI, 1985, p. 62-63)
Uma das contribuições do progressivo foi a composição de “poemas tonais” para o rock, em climas sombrios, de pesadelo. Essa caracterização mais intimista para as canções contrastava com o clima de celebração do rock dos anos 60 (psicodelia). Outras bandas, como Genesis e Jethro Tull surgiram nesta época, inserindo-se no contexto das experimentações sonoras.
...o Rock parecia dominado pelo seu lado intelectual, pelo progressivo, pelo acadêmico, pelo auditivo. Não se deixara de dançar, mas sentar diante do aparelho de som e ESCUTAR tornara-se algo tão comum que o percentual de rockeiros dançantes diminuíra se comparado com o da época do rock’n’roll. (CHACON, 1985, p. 44)
Nos Estados Unidos, 1967 foi o ano de um compositor que ampliou o cenário do rock : "um músico anarquista resolve desvencilhar suas farpas contra a mediocridade da vida consumista norte-americana. O nome dele é Frank Zappa...(MONTANARI, 1988, p. 66). As influências de Zappa iam desde a música eletrônica à erudita, o que era verificável nas fusões que realizava em suas músicas: "Zappa sacode o 'stablishment', ganhando rapidamente o rótulo de 'maldito'" (id.). As experimentações de Frank Zappa eram baseadas no uso de ruídos, técnicas de colagem, percussão; ao contrário dos músicos de rock que se iniciavam pelos blues, ele freqüentava aulas de música contemporânea.
Mas ainda havia muito mais para acontecer nos anos 70, que muitos, erroneamente, caracterizam como a “década em que nada aconteceu”. Outra vertente que modificou a sonoridade do rock foi o heavy-rock. Como argumenta Chacon (id., p. 39-40):
Na primeira vez que alguém distorceu uma guitarra inaugurou uma outra variante do Rock que representaria sua imagem esteriotipada aos frágeis ouvidos do não-iniciado: o heavy-rock (Rock pesado), ou rock-pauleira, como é mais conhecido, quebrava com as seqüências do Rock-tipo-Beatles e atendia a um mercado mais feroz e ansioso por um batida mais violenta...
O som das bandas de heavy metal existe para ser consumido, preferencialmente, nas apresentações ao vivo. As bandas se preocupam em tocar muito alto, o que já contribuiu para especulações de que o metal faria mal aos ouvidos; no entanto, isso não foi comprovado. O caso da surdez de Brian Wilson, dos Beach Boys, é um exemplo claro desta controvérsia, visto que o som da banda é relativamente calmo perto da sonoridade do metal. Vocais estridentes (ou guturais), preocupação com o visual da banda e performances ousadas nas apresentações ao vivo são outros aspectos do heavy metal.
Jimi Hendrix e o Cream foram grandes inspiradores para este sub-gênero do rock. Muggiati (1985, p. 89) explica que o heavy-rock foi um subproduto do acid rock, na medida que provocava no ouvinte uma “intoxicação sonora”. Por sua vez, o Iron Butterfly (“borboleta de ferro”) foi um grupo que influenciou a denominação das bandas de heavy metal, devido à referência “metálica” em seu nome.
Um importante crítico de rock, Lester Bangs (ex-editor da revista Cream) retirou o termo “heavy metal” de um romance de William Burroughs e o associou ao rock depois desta expressão ser incluída em uma música do Steppenwolf. Esta música, Born to be wild, remete ao som de um “trovão de metal pesado” e faz parte da trilha sonora do filme Easy Rider (Sem Destino), de 1969, que contribuiu para a disseminação do rock pesado.
Além desta versão, existe uma outra, em que o termo “heavy metal” surgiu quando uma grande fábrica explodiu no mesmo dia de uma apresentação do Led Zeppelin.
Bandas inglesas como Black Sabbath e Deep Purple se firmaram como importantes representantes do heavy metal no início dos anos setenta. A primeira recebeu esta denominação derivada da influência “satanista” para os nomes das bandas de heavy metal. Outras que despontariam anos depois também se incluiriam nesta vertente, em que composições e visual sombrios são comuns.
A influência do Black Sabbath e do Deep Purple foi marcante para as décadas posteriores; muitas compilações e tributos às duas bandas foram lançados, mas o Purple continua em atividade, mesmo depois de muitas mudanças em sua formação original. O guitarrista Richie Blackmore, um dos fundadores do Deep Purple, (e atualmente em carreira-solo) foi um dos pioneiros na influência da música erudita nas canções de rock pesado - tradição que ser firmaria anos depois com grupos de heavy metal dos anos oitenta e noventa.
O Black Sabbath trouxe as primeiras imagens de “morte, demônios e ocultismo” às canções de rock, além de lançar vocalistas importantes, como Ozzy Osborne e Ronnie James Dio. Este último, que havia sido anteriormente vocalista do Elf (banda com inspiração no blues), depois ingressou no Rainbow, grupo de Richie Blackmore após a saída do Deep Purple. Inicialmente conhecido como Richie Blackmore’s Rainbow, este grupo com tendências ao hard rock lançou em 1976 um disco que se tornou clássico: Rainbow Rising. Considerado um dos maiores vocalista de metal, atualmente Dio se dedica à própria banda, firmando uma carreira pós-Sabbath bem sucedida.
Ozzy cantou com o Black Sabbath na primeira fase da banda; é da sua época clássicos como Iron Man e a homônima e sombria Black Sabbath. Após sair do Sabbath, em 1978, também se lançou com sua própria banda, continuando em atividade até hoje. A vida de Ozzy freqüentemente foi associada a histórias surpreendentes:
Célebre pelas imagens de mutilação de animais durante seus shows, Osbourne, como reza a lenda, teria tomado dolorosas injeções anti-rábicas depois de ter arrancado, com os dentes, a cabeça de um morcego jogado pela platéia. (FRIEDLANDER, 2002, p. 381)
Um grupo do final dos anos sessenta e que se destacou durante a década de 70 foi o Grun Funk Railroad. A inspiração para o nome da banda surgiu de um trocadilho com o nome de uma estrada de ferro chamada Grand Trunk and Western Railroad.
Essa banda de Detroit não recebeu muito prestígio entre os críticos, mas agradou ao público. O Grun Funk abriu vários shows para o Led Zeppelin, em muitos casos, roubando a atenção da platéia. Entre os temas de suas músicas, sexo, política, religião e ecologia estavam entre os mais comuns. A inovação de suas músicas ficava por conta da utilização de instrumentos pouco comuns em grupos de rock, como violão, piano, alguns tipos de percussão e orquestra.
O grupo que realmente comandou as transformações na sonoridade do rock para essa época foi o Led Zeppelin. Em uma fusão do blues com o hard rock, construíram sua carreira como os maiores representantes do trinômio “sexo, drogas e rock’n’roll” nos anos 70.
Uma “Escada para o Céu”
O Led Zeppelin começa quando os Yeardbirds se desintegram. Em 1967, o guitarrista Jimmy Page foi deixado por seus companheiros com uma agenda de shows para cumprir e dívidas para pagar. Com a finalidade de resolver esse problema, Page sai à procura de integrantes para uma nova banda, os New Yeardbirds.
O primeiro a integrar o novo grupo é o baixista John Paul Jones, que mostra a Page uma matéria de jornal sobre Robert Plant – vocalista de uma banda chamada Hobbstweedle. A mesma dica foi dada pelo cantor Terry Reid, que anteriormente havia sido cogitado para a vaga. Page e Jones foram assistir a uma apresentação do Hobbstweedle e ficaram tomados pela presença de palco e pela voz de Robert Plant. Ele passou a integrar o New Yeardbirds em agosto de 1968. O baterista John Bonham foi o último a entrar para o grupo, a convite de Plant.
Após concluir a formação da banda, o New Yeardbirds saiu em turnê para cumprir a agenda do antigo grupo. Com o fim das apresentações, ainda neste mesmo ano gravaram um disco que recebeu o novo nome da banda: Led Zeppelin. Segundo o jornalista Sérgio Martins (Bizz, 1999), a denominação veio de Jimmy Page, que se lembrou de uma citação de Keith Moon (baterista do The Who) sobre a viagem em um “zeppelim de chumbo”.
Sob contrato com a Atlantic Records, o Led Zeppelin iniciou uma turnê pelos Estados Unidos, um dia depois do Natal de 1968. Essa idéia partiu do empresário Peter Grant, também chamado de “o quinto zeppelin”.
Nos Estados Unidos, o Led Zeppelin conseguiu a popularidade que o seu primeiro disco não alcançou no Reino Unido. A onda de psicodelia ainda tomava conta do cenário do rock, e a sonoridade pesada da banda chamou a atenção do público rockeiro – que aprovaram a influência blueseira e os uivos do vocalista da banda. Canções como Good Times Bad Times e Communication Breakdown são composições deste primeiro disco.
Led Zeppelin II é lançado em 1969, alcançando o primeiro lugar nas paradas americanas. Thank You, canção de Plant para sua mulher na época, Maureen, o clássico do rock pauleira, Whola Lotta Love e Moby Dick, são destaques desse álbum.
Após o lançamento do segundo disco, o Led Zeppelin decide sair em turnê pelo Reino Unido, agora com sua carreira consolidada pelo sucesso nos Estados Unidos. Esse disco rendeu ao grupo o título de “melhor banda da Inglaterra” pela Melody Maker. O sucesso do Led Zeppelin provocou sua ascensão como legítimos de “rock stars”; as groupies (fãs fanáticas) disputavam a atenção dos músicos da banda e os negócios iam bem. O interesse de Jimmy Page pelo ocultismo, assim como seu vício em heroína, já eram conhecidos.
No entanto, antes da produção de Led Zeppelin III, os integrantes da banda encontraram-se cansados e resolveram se isolar para compor. Canções como Tangerine e Since I’ve benn Loving You são algumas das que estão neste disco.
Em 1973, o Led Zeppelin lança um álbum sem título e que passaria a ficar conhecido como “Quatro Símbolos’, entre outras denominações. Essa referência deve-se aos símbolos impressos na contracapa do álbum, relacionados a cada integrante da banda. Esse disco foi o de maior vendagem para o Led Zeppelin, rendendo mais de 16 milhões de cópias nos últimos 25 anos. A canção mais popular do grupo, Stairway to Heaven, faz parte deste álbum. Sobre essa música, Friedlander (2002, p. 339) comenta:
Page e Plant dividiram a música em dois níveis dinâmicos(...). El começava suavemente com a introdução do violão de Page e um longa citação de versos, aumentando gradualmente até explodirem em um rock completo (...) A letra obscura, cantada com a voz de um trovador piedoso, refletia o interesse de Page pelo folclore britânico e celta e seguia a busca de uma mítica dama por sua “escada para o céu ou nirvana espiritual’.
Em 1973, o grupo lança Houses of the Holy, marcado por canções funk e reggae (como em D’yer M’aker). Este álbum recebeu o primeiro lugar nas paradas do Estados Unidos e Inglaterra ao mesmo tempo. Entretanto, as apresentações do grupo são comprometidas depois do acidente de carro sofrido por Robert Plant. Assim, eles lançam o documentário The Song Remains the Same (1976), que mistura cenas do dia-a-dia dos integrantes com um show no Madison Square Garden.
Durante a turnê deste álbum, após a recuperação do acidente de Plant, seu filho, Karac, morre de um vírus desconhecido. Assim, a banda faz outra pausa e volta em 1979, com In Through the Outdoor, com a canção All my Love dedicada ao filho do vocalista. Um ano após esse lançamento, acontece a última turnê européia do Led Zeppelin; enquanto os integrantes da banda se preparavam para viajar aos Estados Unidos, John Bonham bebe além da conta e não consegue ensaiar.
No dia seguinte à embriaguez de Bonham, o baterista é encontrado morto, sufocado em seu próprio vômito (assim como aconteceu com Hendrix). Em dezembro desse mesmo ano, os integrantes remanescentes anunciam que sem Bonham, é impossível continuar com o Led Zeppelin.
O trovão setentista do Led Zeppelin quebrou as fronteiras do rock em sua época, estendendo sua influência para grupos que surgiram posteriormente: Aerosmith, Guns’n’Roses e Rage Against the Machine são alguns exemplos.
O Rock de “Plumas e Paetês”
Em meados de 1970, o heavy metal continuou a se expandir, inaugurando os anos 80 com uma profusão de bandas importantes para este sub-gênero do rock. Mas antes de se apresentar o cenário metal dos anos oitenta, é preciso destacar outras vertentes do rock que se desenvolveram ainda na década de 70.
Um movimento paralelo ao metal, muitas vezes mesclando-se a ele, e que marcou o início desta década foi o glitter rock, também conhecido como glam rock. Som pesado, muito brilho nas roupas e visual andrógino eram as características principais de grupos como T-Rex, Kiss e artistas como David Bowie e Alice Cooper. Este último, comumente chamado de “tia Alice”, foi o desencadeador da androginia no rock, antes esboçada por Mick Jagger e também seguida por Marc Bolan, do T-Rex.
Em outras palavras, algo como um rock de plumas e paetês em que os músicos apareciam fortemente maquilados ou até mesmo travestidos. Em Alice Cooper, o lado sexual era mais um recurso para agredir o público, pois Alice (nascido Vincent Furnier, filho de pastor) era ‘cria’ de Frank Zappa, o pai espiritual dos freaks de todo o mundo ... (MUGGIATI, 1985, p. 67-68)
Apesar de não se encaixarem especificamente neste gênero, os grupos ingleses Queen e Judas Priest, formados em 1970, eram adeptos do visual extravagante, aliando-o a uma pesada sonoridade.
Liderado por Fred Mercury, o Queen utilizava experimentações vocais e instrumentais em suas composições. A clássica Bohemian Raphsody é mais um exemplo da influência da música erudita no heavy metal, verificado na introdução e nas vocalizações desta música.
Bohemian Rhapsody foi lançada em 1975. Uma verdadeira ópera rock, no sentido mais literal das palavras. Taxada de experimentalista pela gravadora uma música como aquela dificilmente chegaria a ser um hit. Mais do que isso, porém, Bohemian Rhapsody se tornou no maior clássico da banda e seu primeiro single a chegar ao número 1. (WHIPLASH, dez/2002)
Esta era a época dos grandes concertos de rock e o Queen não fugia à regra; Fred Mercury desempenhava seu papel de frontman de maneira eficiente, devido ao seu carisma com o público. A partir de 1980, a banda acrescenta instrumentos eletrônicos e começa a se influenciar pela dance music, que se tornaria uma febre nesta década. No entanto, após quase duas décadas de existência, em 1991 a banda sofre a perda de Fred Mercury, que morre de complicações decorrentes da AIDS. O álbum Innuendo, lançado neste mesmo ano, marca a despedida do vocalista e líder da banda: "com menções depressivas e letras subjetivas, um Fred Mercury fraco insinua um difícil adeus, com músicas como The Show Must Go On (O Show Deve Continuar) e These are the Days of Our Lives (Esses São os Dias de Nossas Vidas)" (id.). A partir de 1992, várias coletâneas de tributo à banda foram lançadas, sendo que a última é de 1999.
Ainda hoje uma banda bem conceituada entre os apreciadores do gênero, o Judas Priest foi uma bandas precursoras do heavy metal moderno. As características que lhe conferiram esse título foram a adoção de roupas de couro e adereços de metal e "a união do peso e temática violenta criados pelo Black Sabbath à velocidade dos grupos como o Led Zeppelin” (id.). Além disso, a presença de dois guitarristas na banda - KK Downing e Glenn Tipton - se tornou uma das marcas das bandas de heavy metal que surgiriam posteriormente.
O auge da carreira internacional do Judas Priest se deu entre 1982 e 1984, com o lançamento dos álbums Screaming for Vengeance e Defender of the Faith, mas logo após essa fase, um fato marcou a imagem da banda. Um caso de suicídio de dois fãs foi amplamente explorado pela imprensa, que culpou o grupo pela morte dos dois garotos. Mesmo após ficar confirmado que as causas nada tinham a ver com a música do Judas Priest, esse caso se tornou corriqueiro com outras bandas e artistas de rock.
Após a boa fase, em 1986 a banda lançou o álbum Turbo, que não foi bem aceito pela crítica e pelo público, que não esperava pela fusão com instrumentos eletrônicos, marcante neste disco. O produto final se mostrou muito "comercial e forçado, marcando o ponto mais baixo na carreira da banda".
Em 1992, o vocalista Rob Halford (hoje em carreira solo) abandou o Judas Priest para montar o Fight; em seu lugar entrou Ripper Owens. O vocal de Ripper sempre foi associado ao de Halford, o que ajudou a não descaracterizar as músicas antigas da banda.
“POR QUE A GENTE NÃO CHAMA DE PUNK?”
Como explica o jornalista José Augusto Lemos (Bizz, ago1999), em fins de 1960 houve uma “reformulação visual”, seguida pelos jovens: “quem andava de jeans, camiseta e cabelos compridos, imediatamente passou a ser identificado como ‘hippie velho’”.
Nesta época, a movimentação política e (junto com ela) a violência faziam parte do cotidiano dos jovens, tanto na América quanto na Inglaterra. Como já foram citados, o movimento contra a guerra do Vietnã e a campanha contra a corrida nuclear, além do desemprego, denotavam o descontentamento da sociedade, em particular dos jovens.
A "violência gratuita" de cenas do filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica), de Stanley Kubrick, era repetida pela juventude nas ruas. Lemos (id.) relata que, banido das ilhas britânicas, o clássico de Kubrick também ditava a moda, sendo considerado um possível inspirador para a nova vertente que despontaria no cenário do rock: o punk. “(...)se havia uma coisa de que os ‘punks’ faziam questão de ser era contra a cultura. Nos dicionários, ‘punk’ quer dizer ‘droga’, ‘coisa sem valor’, ‘podre’, ‘doente’. (MUGGIATI, 1985, p. 69)
Bob Dylan e Joan Baez ainda tinham forte presença no cenário musical e político da América quando o primeiro embrião do punk apareceu em Nova Iorque. Artistas de renome, como Andy Warhol, faziam parte da vanguarda artística da cidade; logo surgiriam grupos de rock que movimentariam a cena musical.
Outro personagem dessa época, que circulou tanto no meio glitter quanto entre os que fundariam o punk, foi David Bowie. Tanto por isso quanto por seu visual extravagante, andrógino, o adjetivo mais associado a ele sempre foi "camaleônico". Sua incursão pelo meio musical também contou com a influência da eletrônica; mas a importância de Bowie ainda se estendeu para a fase pós-punk: ele foi o responsável pelo resgate de artistas importantes como Lou Reed (ex-Velvet Underground) e Iggy Pop (ex-Stooges).
O Velvet Undergroud (subterrâneo de veludo), foi uma das bandas que impulsionou outros grupos e artistas solo que passariam a caracterizar o punk. Esta banda surgiu em 1965, depois que Lou Reed mostrou ao guitarrista John Cale duas canções que havia composto: Heroin e Waiting for the man. Ele tocou as duas músicas ao violão e, como contou Cale (McNeil, McCain, 1997, p. 20), era diferente de tudo o que Dylan e Baez faziam:
Na primeira vez que Lou Reed tocou 'Heroin' pra mim, fiquei totalmente pasmo. A letra e a música eram tão obscenas e devastadoras. Mais que isso; as canções de Lou tinham tudo a ver com meu conceito de música. Nessas canções de Lou rolava um lance de assassinato do personagem. Ele tinha profunda identificação com os personagens que relatava. Era o 'Método' atuando na canção.
O primeiro empresário do Velvet Underground foi o escritor e colunista de rock Al Aronowitz, que o considerava um grupo de "marginais" e sua música, "inacessível". Apesar disso, levou-o a tocar no Café Bizarre, quando Andy Warhol conheceu a banda e se tornou o novo empresário. A partir daí, o Velvet passou a ficar conhecido pela vanguarda artística de Nova Iorque, composta por poetas, músicos, artistas plásticos e cineastas. Estes criticavam o movimento hippie não só em termos musicais, mas também visuais e em sua ideologia. As drogas e o sexo também faziam parte da cultura dos "pré-punks", mas a cannabis e o LSD foram substituídos pela heroína e anfetamina, enquanto que o sexo foi visto com uma liberdade ainda maior; muitos dos artistas da época se assumiam bissexuais.
A cantora Nico (que também atuou em filmes de Fellini) fez parte do Velvet no primeiro disco da banda, mas havia muitos desentendimentos entre Reed e ela. Considerado o líder do Velvet, Reed sempre desejou seguir em carreira solo; após o lançamento desse primeiro disco, desmanchou a banda. Mas a transgressão de valores e a "crueza" de suas canções transformaram Lou Reed no "padrinho do punk", como comparam McNeil e McCan (id., ibid., p. 437). Nas palavras de Lou Reed: "O velho som era alcoólico. A tradição foi finalmente quebrada. A música é sexo, drogas e alegria. E a alegria é a piada que a música entende melhor. (id., p. 30)
Por volta de 1967, outra banda surgiu para complementar a cena "pré-punk" da América: os Stooges. Liderada por Iggy Pop, esta banda começou quando o mesmo decidiu fazer "seu próprio blues simples" e compôs a música I wanna be your dog. Além disso, outra influência definitiva para Iggy decidir fundar sua banda foi Jim Morrison; apesar de não gostar do som e da poesia dos Doors, ele admirava a postura sensual e misteriosa de Morrison. Assim, juntando a vontade de criar uma nova sonoridade para o rock à preocupação com o visual das banda nas apresentações ao vivo, os Stooges, marcaram o início de um movimento que culminaria com o punk rock. O primeiro guitarrista da banda, Ron Asheton, caracteriza a sonoridade da banda em sua primeira apresentação (id., p. 57):
A gente inventou alguns instrumentos que usou no primeiro show. A gente pegou um liquidificador com um pouco de água e colocou um microfone bem embaixo dele e ligou. Tocamos isto por uns quinze minutos antes de entrar no palco. Era um som incrível, especialmente saindo das caixas de som, todo desconjuntado. A gente tinha uma tábua de lavar roupa com microfones. Então Iggy calçava sapatos de golfe e subia na tábua de lavar e ficava meio que arrastando os pés por ali. A gente pôs microfones nos galões de sessenta litros de óleo (...) usou dois martelos como baquetas. Peguei emprestado até o aspirador de pó da minha mãe porque o som parecia o de um motor a jato. Sempre adorei aviões a jato.
A influência do glitter rock era visível nas caracterizações dos artistas da época. Para essa primeira apresentação, Iggy se vestiu com um "grande camisolão" que ia até os tornozelos, pintou a cara de branco, raspou as sobrancelhas e colocou uma peruca de folha de alumínio torcida. Scott Asheton, o baterista da banda, conta que veio daí o apelido Iggy Pop (id.):
Nós tínhamos um amigo chamado Jim Pop (...) que havia perdido quase todo o cabelo, incluindo as sobrancelhas. Por isso, (...) a gente começou a chamá-lo de Pop. (...) Iggy começou a suar e aí descobriu pra que servem as sobrancelhas. Perto do fim do show, os olhos dele estavam totalmente inchados por causa de todo aquele creme e purpurina.
Contemporâneos dos Stooges o MC5 era uma banda marcada pelo radicalismo político. Musicalmente, este grupo não apresentava muita inovação (o que ficava por conta dos Stooges), mas seu surgimento foi importante para firmar o que viria a ser a característica de muitas bandas de punk rock: a crítica de oposição ao governo.
O MC5 tocou na convenção do Partido Democrata em Chicago, em 1968, mas foram expulsos do local por policiais. Na época, ele viviam em repúblicas estudantis que pareciam "comunas vikings", onde todos liam o Livro Vermelho de Mao Tse-Tung. Eles faziam parte do movimento dos Panteras Brancas, que, apesar da política de revolução, também cultivavam uma postura sexista, de submissão das mulheres.
Outros artistas que também contribuíram para a formação da identidade punk foram Patti Smith e os New York Dolls.
Inicialmente envolvida apenas com a poesia, Patti Smith foi uma das primeiras a circular por Nova Iorque com roupas e cortes de cabelo diferentes. Uma grande admiradora de Rimbaud, ela também poderia ser uma das precursoras da ideologia punk do it yourself (faça você mesmo), já que, em muitos casos, improvisava seus versos durante as apresentações de poesia.
O New York Dolls adaptou o exagero do visual e da androginia glitter até mesmo na sua denominação - dolls=bonecas, enquanto sua música minimalista ganhava cada vez mais admiradores. Eles passaram a fazer shows na Inglaterra, onde imprimiram um som contrário ao progressivo que dominava o cenário do rock na época.
Em 1975, Legs McNeill junta-se a dois amigos que tinham o projeto de fundar uma revista, a qual ele chamou Punk. Nas palavras do próprio autor, “‘punk’ pareceu ser o fio que conectava tudo que a gente gostava – bebedeira, antipatia, esperteza sem pretensão, absurdo, diversão, ironia e coisas com um apelo mais sombrio”.(id. p.222)
Assim, aquele estilo musical que se definia no cenário norte-americano desde 1971, recebeu um nome. E a partir do ano do surgimento da Punk, a banda que sintetizaria o movimento também despontou no cenário norte-americano: os Ramones.
Rock em Três Minutos
O Ramones formou-se em 1974, em Nova York, quando as “canções de dois minutos e meio” de Joey (vocal), Johnny (guitarra) e Dee Dee (baixo) começaram a chamar atenção na emergente cena punk.
A denominação “Ramones” veio do baixista DeeDee, a partir de uma referência a Paul McCartney, que nos primeiros anos da carreira dos Beatles, usava o codinome “Ramon”. O mesmo costume foi adotado para os integrantes da banda, que recebiam o sobrenome Ramone.
Em 1976, com o baterista Tommy Ramone já incluído na banda, os Ramones ocupavam lugar de destaque no cenário musical, com canções como Beat on the Brat, Blitzkrieg Bop e Now I Wanna Sniff Some Glue. Assim, neste mesmo ano o grupo viajou à Inglaterra, injetando ao nascente movimento punk deste país o mesmo estímulo do cenário norte-americano. Ainda em 1976, Ramones Leave Home, o segundo álbum da banda, foi lançado.
A partir desta época, a banda fazia turnês incessantemente. Para os próximos lançamentos, o Ramones “suavizou” sua sonoridade. Músicas como Sheena is a Punk Rocker e Rockaway Beach foram incluídas em Rocket to Rússia, o terceiro álbum, de 1977 – em que também está presente a balada Here Today, Gone Tomorrow. Nesta época, Tommy deixou o grupo, preferindo a atividade de produtor dos Ramones.
Tommy foi substituído por Marc Ramone; seu primeiro disco com a banda, Road to Ruin, foi o primeiro a conter somente doze canções e durar mais de uma hora e meia. Este álbum não teve muita aceitação por parte do público, apesar dos esforços de divulgação – nem mesmo o lançamento simultâneo do filme Rock’n’Roll High School trouxe prestígio a esse disco.
Nos anos 80, os Ramones tentaram maior apelo comercial com o lançamento de End of the Century e Pleasant Dreams, mas essa tentativa mostrou-se ilusória. A energia dos anos 70 voltou no disco lançado em 1984, Too Tough to Die, O baterista Marky Ramone havia deixado o grupo nesta época, sendo substituído por Richie Ramone, mas em 1987, Marky retornou ao grupo.
Em 1989, os Ramones ganham grande exposição com a música Pet Sematary, trilha sonora de um filme de Stephen King. No entanto, essa mesma época marca uma das substituições mais significativas da banda: Dee Dee Ramone, o “punk mais verdadeiro” do grupo, sai para tocar com o Chinese Dragons. Em seu lugar, entrou C.J. Ramone; essa substituição trouxe uma “energia juvenil” ao som da banda, mas a saída de Dee Dee foi muito sentida pelos fãs e pelos próprios integrantes do Ramones.
Nos anos 90, a presença do Ramones no cenário do rock, assim como do punk rock em geral, foi sendo subjugada pela exposição de grupos representante de outros estilos. O derradeiro álbum, Adios Amigos, é de 1995.
O Ramones foi fundamental para definir os contornos do punk rock e seus descendentes, constituindo referência para vários grupos que despontaram no cenário do rock nas últimas décadas. Em 15 de abril de 2001, Joey Ramone morre em um quarto de hospital, depois de seis anos com um câncer linfático. Sua morte representou uma perda irreparável para o rock em geral.
Anarquia para o Rock’n’roll
A expansão do punk rock para a Inglaterra (vide o sucesso dos Dolls naquele país) provocou o surgimento de grupos como Sex Pistols e The Clash. Os primeiros surgiram em 1975, mas seu primeiro single, Anarchy em the U.K. foi lançado um ano depois, quando fecharam contrato com o maior selo da Inglaterra, a EMI.
Anarchy in the U.K. caracterizou-se pelo ataque à tradição a à autoridade, comuns na estética punk. Os integrantes da banda freqüentemente incitavam a platéia de seus shows, como pode ser exemplificado com a frase do vocalista Johnny Rotten a uma platéia em abril de 1976 : “‘Eu aposto que vocês não nos odeiam com a mesma intensidade com que nós odiamos vocês!’” (Friedlander, 2002, p. 356)
The Clash começou em julho de 1976, depois que Joe Strummer viu uma apresentação dos Pistols e decidiu formar uma banda, que “transcendeu” a simplicidade e agressividade do punk. O Clash envolveu-se com o ativismo político, criticando o imperialismo e o racismo e influenciou-se por outros ritmos, como o reggae.
A Diluição do Punk
O caráter de adaptação do punk rock ao mainstream, no qual o Clash foi um dos representantes, formou uma nova tendência que tomou conta do cenário musical da década de 80: a new wave. Esta definição foi inventada pela imprensa, para designar a fusão do punk e a música pop, em que elementos de um e outro encontraram-se na sonoridade de um mesmo grupo (ou artista solo).
As letras destes grupos adotavam a atitude punk de crítica à sociedade, mas sem o elemento de choque. O visual e a performance de palco também foram resgatados do punk.
As bandas inglesas da primeira síntese da new wave foram o Police, o Jam, Billy Idol, Joe Jackson e o Pretenders (que contava com a cantora norte-americana Crissie Hynde). Um dos principais artistas desta onda, que influenciou outros posteriormente, foi Elvis Costello. Ele foi um dos que passaram a utilizar os sintetizadores em suas composições.
Programador de computadores, vivendo com mulher e filho no subúrbio, ele nutria aspirações artísticas e compunha com a ajuda de um Fender Jazzmaster. Descoberto por um caçador de talentos, se tornou da noite para o dia a nova atração do rock inglês (com o grupo The Attractions). (MUGGIATI, 1985, p. 87)
Nos Estados Unidos, a new wave também se desenvolveu, com os grupos Talking Heads, Cars, Devo, B-52 e o Blondie – o grupo da vocalista Debbie Harry e um dos mais representativos deste estilo. O Blondie, junto com o Pretenders, representou a ascensão feminina no rock.
Em 1980, a fusão punk-pop “estava apenas florescendo nas rádios; em poucos anos, entretanto, ela teria proliferado e invadido a mídia. O ingrediente-chave do sucesso da new wave era a ligação da música com o vídeo...” (FRIEDLANDER, 2002, p. 369) A institucionalização dessa dinâmica se deu com o nascimento da MTV, em 1981. Esse canal de televisão passou a divulgar videoclipes da mesma forma que as rádios executavam as músicas, sendo que o papel de apresentador, desempenhado pelos VJ’s, tomou o lugar dos DJ’s. Assim, com a MTV, a new wave encontrou um instrumento eficaz para sua divulgação, mas a música comercial logo tomou conta da programação do canal.
Antes de continuar descrevendo o cenário dos anos 80, é preciso voltar um pouco no tempo, quando a dance music surgiu (em meados de 1970) entre os menos radicais, que não se encaixavam na estética punk. Entre os ícones da época, estão grupos como os Bee Gees e o Abba, a primeira banda sueca a fazer sucesso fora do país. Outros artistas também passaram a fazer parte do cenário, como Diana Ross e Olívia Newton-John.
Entretanto, os mega astros Michael Jackson e Maddona foram os que realmente trouxeram ao pop uma verdadeira “força impulsionadora” para os anos 80, realizando a fusão da dance music com outros elementos que se relacionassem à dança, ao movimento.
Conhecido anteriormente, quando ainda era um astro infantil (integrante do Jackson 5), Michael gravou seu nome através da dança, os vídeos de suas apresentações ao vivo e também os rumores em torno de sua vida pessoal. O álbum Thriller, de 1982, foi o disco mais vendido da história da música, com mais de 40 milhões de cópias.
Thriller era um prato cheio para o mainstream do pop/rock: um talentoso compositor e contador de histórias; um dançarino perfeito e inovador, que criou um estilo de dança combinando imagens de hip hop, Broadway e discoteca (incluindo o moonwalk), músicas com batidas bem marcadas; uma composição de músicas rápidas e baladas; participações dos astros contemporâneos Paul McCartney (...) e Eddie Van Halen... (FRIEDLANDER, 2002, p. 378)
Enquanto Jackson refletia sua importância através da síntese entre “discoteca, funk e hip hop”, Maddona ascendeu nesta mesma época provocando polêmica com temas como “raça, sexismo, atividade sexual, orientação sexual e poder”. Ela também percebeu a força dos videoclipes como instrumento promocional para seus discos e passou a explorar imagens que provocavam discussões morais.
Maddona aparece em Like a Virgin em uma camisola branca nupcial, mas seus movimentos são eróticos. Quem é ela, virgem ou prostituta? É Marilyn Monroe? As roupas que ela veste nos shows são um mero modelito prostituta ou ela está redefinindo a moda e o poder sexual? (id. p. 379)
QUANTO MAIS ALTO MELHOR
Enquanto astros do pop tomavam conta do cenário musical, o heavy metal também se expandiu, até chegar à virada 1980/90 com uma profusão de subgêneros. A junção do hard rock e o metal tradicional tornaram esse gênero o mais popular da década. No fim da década de 70, surgiram grandes grupos de metal inglês, que se firmariam pós-1980, como Iron Maiden, Samson, Def Leppard, Motorhead e Saxon - produtos da New Wave of British Heavy Metal, liderada pelo Judas Priest.
As bandas de heavy metal consistem geralmente em bateria, baixo e uma ou duas guitarras, mas a partir de 80, bandas como Van Halen ampliaram seu som com o uso de teclados e sintetizadores. Outra característica comum a essas bandas era a energia dos integrantes no palco, como pode ser verificado com os shows do Iron Maiden (donzela de ferro), que recebeu esse nome em alusão a um instrumento de tortura medieval. Depressão e juízo final, entre outros, são assuntos comuns nas canções da banda - o último disco, Brave New World, leva o nome da clássica obra de Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo, que constitui uma fantasia sobre a humanidade no futuro. O vocalista, Bruce Dickinson (que havia se separado do grupo em 1992 e voltou quase dez anos depois) também conta com uma bem-sucedida carreira solo. A alquimia figura entre seus temas favoritos, sendo que um de seus discos chama-se Chemical Wedding.
O Iron Maiden constitui uma das bandas mais queridas dos críticos de heavy metal em geral. Na época em que Dickinson deixou a banda, porém, o vocalista que o substituiu, Blaze Bailey, foi alvo de muitas críticas negativas, tanto por parte dos fãs quanto desses mesmos críticos. Atualmente, o Iron Maiden conta com três guitarristas em sua formação, já que o antigo guitarrista, Adrian Smith, voltou ao grupo junto com Bruce Dickinson.
O Def Leppard surgiu como um grupo de heavy metal, mas passou a utilizar efeitos especiais que o desligaram deste gênero, mudando seu estilo. Em meados da década de 80, o sucesso do Guns’n’Roses demonstrou a forte presença do metal; no início, o metal era um estilo “cult”, como compara Friedlander (2002), mas acabou por ampliar seu apelo, inserindo-se no mainstream.
A presença de palco de Axl Rose, vocalista do Guns’n’Roses, era marcante por seu estilo de cantar e se movimentar durante as apresentações ao vivo. Appetite for Destruction, de 1987, representou a mistura do hard rock com a emocionalidade do blues. Após a separação da banda, só restou Axl Rose da formação original. A apresentação do Guns no último Rock in Rio, em 2001, mostrou que ainda existem muitos fãs da antiga fase. Apesar de músicas como Sweet Child O’ Mine e Welcome to the Jungle agitarem a platéia, atualmente a presença do Guns’n’Roses é bem menor.
Outro estilo do metal que despontou na década de 80 foi o speed metal. Segundo Friedlander, o exemplo mais bem sucedido dessa tendência foi o Metallica – banda que combinou um destacado trabalho de guitarra com execuções rápidas e sincronizadas. Com a profusão de estilos do heavy metal, entretanto, categorizar uma banda tornou-se tarefa difícil; muitos críticos e até mesmo fãs do Metallica poderiam classificar a banda como uma representante do thrash metal.
O speed metal também contou com a representatividade do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Seus solos, marcados por velocidade e precisão, refletem a influência do guitarrista na música clássica; na juventude, Malmsteen estudou violão clássico e piano.
Um dos maiores expoentes para o thrash são os integrantes do Sepultura – banda brasileira de grande repercussão no exterior. Os vocais rosnados e o peso da guitarra e bateria caracterizam o som dessa banda, formada no início dos anos 80, influenciada por Black Sabbath e Venom. Quando Max Cavalera saiu da banda, em 1997 (para formar o Soulfly), um novo vocalista foi adicionado ao grupo – o norte-americano Derrick Green. Embora muitos ainda sintam a falta de Max, Derrick provou ser um bom substituto.
O heavy melódico foi outra vertente deste gênero que cresceu nos anos 80, expandindo-se na década seguinte, inclusive com a presença de bandas brasileiras – que se aproveitaram da aceitação do Sepultura no exterior para ampliar seu mercado.
Bandas como Helloween e Gamma Ray (Alemanha), Raphsody (Itália), Viper e Angra (Brasil) são algumas das representantes do metal melódico, caracterizado por músicas de melodias fortes, vocais de tons “operísticos” e virtuosismo com as guitarras. A influência erudita também é detectada em alguns desses grupos, como os brasileiros citados.
O Viper retrata o início da profusão do metal melódico no Brasil. O último disco com participação do vocalista André Matos, Theatre of Fate, é de 1986. Após esse álbum, Matos sai com a desculpa de estudar para ser maestro e forma o Angra – banda de grande repercussão no Brasil e no exterior. O Japão, principalmente, mostrou-se um bom mercado para os grupos de heavy metal melódico, especialmente para o Angra.
Apesar de encontrar-se alheio à música eletrônica, o heavy metal também sofreu a influência desta “febre” dos anos 90. Assim surgiu o chamado alternative metal de bandas como Korn, Soulfly e Limp Bizkit, que além das batidas eletrônicas, utilizam linhas vocais “sincopadas”, como o hip hop e guitarras heavy metal.
O Estilo Certo na Hora Certa
Como explica o jornalista André Barcinski, “no início dos anos 80, Nova York criou um monstro: o hardcore”. As bandas que despontaram nesse cenário eram ligadas a gravadoras independentes, fanzines e shows em clubes locais, quando passaram a ganhar atenção do público. As músicas caracterizavam-se por serem “simples”, contrárias ao virtuosismo do heavy metal – gênero de forte presença naquela década.
Bandas como Murphy’s Law, Sheer Terror e Agnostic Front são algumas que surgiram neste cenário. Esta última destacou-se como a pioneira do hardcore em Nova York, quando passou a lotar os clubes da cidade.
O Agnostic Front formou-se em 82, quando algumas bandas de Los Angeles e San Francisco (Black Flag e Dead Kennedys, respectivamente) já configuravam o cenário, influenciadas pelo punk. O som da banda caracterizava-se pela velocidade dos riffs. Em 1986, com o disco Cause For Alarm, o grupo inaugura o gênero crossover, que misturava thrash metal com hardcore.
Experiências pessoais e o retrato da vida de pessoas comuns são temas recorrentes ao Agnostic Front. Em 1992, o baixista Craig Setari afirmou que “acredita na música como instrumento de politização e de conscientização”, assim como os outros integrantes da banda.
O movimento hardcore, entretanto, não resistiu ao tempo; como destaca André Barcinski: “o tempo passou, o público se subdividiu em facções de gostos e tendências variadas”. A violência dos shows foi um dos fatores para que estes deixassem de ser agendados e muitas bandas acabarem. No entanto, em fins da década de 80, nasceu um novo gênero, derivado da cena hardcore, que viria a representar um fenômeno para os anos 90: o grunge.
Bandas como Mudhoney, Melvins, Tad, Soudgarden, L7 e a principal delas, Nirvana, representavam o chamado “som de Seattle”, já que esta cidade caracterizou-se como o “local de nascimento” de muitas bandas de rock nos anos 90. O Pearl Jam, ainda hoje em atividade, também derivou-se deste som.
A gravadora Sub Pop foi a catalizadora da cena grunge, apesar de ter perdido grande parte das bandas para gravadoras maiores já em 1992. Um dos fundadores, Bruce Pavitt, credita o surgimento das bandas de Seattle “ao bom nível sócio-econômico dos garotos da cidade, sem muitos problemas para comprar instrumentos ou discos”. Além disso, Pavitt aponta a existência de vários clubes de hardcore, que tornaram possível a um público jovem tomar contato com grandes bandas.
Nas palavras de Barcinski, o Mudhoney tornou-se a banda mais tradicional de Seattle, “musicalmente falando”.
A banda entra no palco, toca uma música, pára, decide qual a próxima música e detona. Nada armado, nenhum resquício de showbizz. São quatro caras, se divertindo tanto quanto os outros cem, duzentos ou cinco mil à sua frente. (BARCINSKI, 1992, p. 114)
Uma das bandas que excursionou com o Nirvana, o Tad caracteriza-se pelo som “bem barulhento”. Os riffs são meio lentos, “meio Black Sabbath” e as músicas são repletas de microfonia. Em 1992, o Tad era a terceira banda que mais vendia discos pela Sub Pop – atrás do Nirvana e do Mudhoney .
Mesmo que as bandas citadas sejam importantes para o grunge, o Nirvana tornou-se o representante mais importante para esse estilo e, na opinião de muitos críticos, músicos e fãs, uma das maiores bandas que já existiram.
“ Fede a Espírito Adolescente”
Kurt Cobain e Krist Novoselic encontram-se em sua cidade natal – Aberdeen, Washington – em 1985, quando resolveram formar uma banda. Kurt tocava bateria e Krist tocava baixo; as guitarras ficavam por conta de algum amigo que aparecesse para tocar.
Considerado o líder do Nirvana, desde criança Kurt falava que seria um astro de rock. Seu interesse por música veio desde cedo; sua tia Mary havia lhe dado um disco dos Beatles e seu tio Chuch, sua primeira guitarra. Ele começou a ter aulas na adolescência, quando se interessava por heavy metal e aprendeu a tocar Stairway to Heaven (Led Zeppelin) e Black in Back (AC/DC). Embora não afirmasse nas entrevistas, o primeiro show de rock da vida de Kurt foi o de Sammy Hagar (ex- Van Halen).
Mas foram as raízes punks e hardcore que definiram o som do Nirvana. Em meados da década de 80, bandas como os Melvins e Sonic Youth, atraíam muitos fãs, sendo que Kurt Cobain tornou-se um deles.
Em 1987, Cobain e Novoselic juntaram-se a Chad Channing, que ficou com o posto de baterista; Kurt tornou-se vocalista e guitarrista da banda. Logo, eles passaram a apresentar-se em festas e clubes fora de Aberdeen. A gravadora Sub Pop interessou-se pelo som do Nirvana e os contratou; o primeiro disco, Bleach, saiu em 1989.
O nome original de Bleach era Too many humans; a mudança definitiva foi inspirada em um cartaz de prevenção à AIDS em San Francisco: “Bleach your works”, algo como “desinfete suas agulhas”. Este álbum foi produzido por apenas seiscentos dólares; os integrantes do Nirvana tinham muitos problemas para conseguir dinheiro, viviam arrumando empregos temporários ou vendendo objetos pessoais. Kurt, mais de uma vez, chegou a morar dentro do carro.
Ainda antes do lançamento do segundo disco, em 1991, Kurt já apresentava problema com as drogas, o que percorreria toda a trajetória do Nirvana. Segundo Kurt, a heroína (que havia experimentado um ano antes) o ajudava a fugir de suas dores de estômago, que o atormentavam.
Quando Nervermind foi lançado, Chad Channing já havia sido substituído por Dave Grohl, ex-baterista da Scream. Finalmente, Kurt e Krist haviam encontrado na fúria da bateria de Grohl, o elemento fundamental para fazer a “magia do Nirvana funcionar”. Este ano, Nevermind tirou o disco Dangerous, de Michael Jackson, do topo das paradas americanas, enquanto seguia-se a deterioração física e metal de Cobain,
Transformado em hino grunge, Smells like teen spirit, (na época veiculado incessantemente pela MTV), é uma das canções de Nevermind. Esta expressão significa “fede a espírito adolescente” e constava de uma pichação nas paredes do quarto de Cobain. Para essa composição, ele se inspirou em Tobi Vail, uma antiga namorada que usava um perfume chamado “Teen Spirit”.
Nesta época, o Nirvana já havia alcançado grande popularidade; eles eram chamados para muitas entrevistas e acabaram por realizar uma apresentação no programa “Saturday Night Live”. No entanto, quanto mais fãs do Nirvana surgiam (e quanto mais shows ele faziam), mais Kurt Cobain isolava-se em seu próprio mundo, induzido pelas drogas.
A gravação do terceiro álbum do Nirvana foi adiada, devido a problemas de saúde de Kurt; ele foi hospitalizado várias vezes com problemas crônicos de estômago. Em 1991, a banda havia assinado contrato com a Geffen Records, que lançou no ano seguinte Incesticide, uma compilação de lados B do grupo. Esse álbum serviu para aplacar a ansiedade dos fãs, que aguardavam por material novo do Nirvana.
Em 1993, finalmente é lançado In Utero, terceiro disco do Nirvana. Para as letras das canções desse álbum, Kurt inspirou-se em sua família, da qual já faziam parte Courtney (eles se casaram em 1992) e sua filha Frances. A música Heart-Shaped Box originou-se de uma caixa de papel de seda que Courtney havia lhe dado logo que se conheceram. Em setembro deste mesmo ano, o Nirvana seguiu por uma turnê de três meses pela América do Norte, além de gravar o MTV Acústico.
In Utero constitui o trabalho preferido de Novoselic, assim como o de muitos críticos. Imagens de nascimento, morte, sexualidade e vício são retratadas nas músicas desse disco. A letra de Milk It reflete alguns desses elementos: “Her milk is my shit/My shit is her milk” (“O leite dela é minha droga/ Minha droga é o leite dela”). Em outro verso desta canção, vem a alusão a um tema que passava pela cabeça de Kurt desde o colegial: “Look, on the bright side is suicide” (“Olhe, no lado bom está o suicídio”) (CROSS, 2002, p. 323)
Depois do lançamento do terceiro disco, o Nirvana embarcou para uma turnê pela Europa no início de 1994, apesar de Cobain encontrar-se cansado das viagens - em Roma, ele tem uma overdose e as apresentações da banda são canceladas em fevereiro.
Ao voltar para os Estados Unidos, Kurt Cobain foi internado em um clínica de reabilitação em Los Angeles. Tentativas posteriores já haviam sido frustradas (como na época em que sua filha nasceu) e essa não foi diferente. No dia 1º de abril ele foge da clínica e se esconde na estufa de sua casa, em Seattle. Depois de uma semana sem que ninguém de sua família ou da banda soubesse do seu paradeiro, ele é encontrado morto, com a marca de um tiro de espingarda auto infligido contra o céu de sua boca. A autópsia encontrou altos níveis de tranqüilizantes e heroína no sangue de Kurt, que dificilmente o manteriam vivo mesmo que ele não tivesse atirado em si mesmo. “Kurt conseguira se matar duas vezes, usando dois métodos igualmente fatais.” (id. p. 411)
Neste dia, Courtney encontrava-se em tratamento para sua dependência química em uma clínica; mais tarde, ela leria partes do bilhete de suicídio para os fãs do Nirvana, que como ela, estavam inconsoláveis:
Faz muitos anos agora que não sinto entusiasmo ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler e escrever. (...) Por exemplo, quando estamos nos bastidores e as luzes se apagam e o rugido maníaco da multidão começa, isso não me afeta do modo que afetava a Fred Mercury, que parecia amar, saborear o amor e a adoração da multidão. (...) Obrigado a todos do fundo do poço do meu nauseado e ardente estômago por suas cartas e preocupações nos últimos anos. (...) Não tenho mais a paixão e, portanto, lembrem-se, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. (id. p. 403)
Krist também divulgaria uma mensagem para os fãs, em que pedia a todos que se lembrassem de Cobain pelo que ele sempre foi, “afetuoso, generoso e terno” e que guardassem a música do Nirvana: “nós a teremos para sempre conosco”.
Com o fim do Nirvana, após a morte de Kurt Cobain, Novoselic e Grohl partiram em carreiras separadas, sendo que Grohl tornou-se o mais bem sucedido, formando o Foo Fighters em 1995. O álbum de estréia do grupo foi um revigorante ponto de partida após os “torturados caminhos do Nirvana”.
A Inglaterra em Evidência
No início da década de 90 desponta mais um novo gênero musical vindo do Reino Unido. O chamado britpop tem as bandas Blur e Oasis como representantes significativos, sendo que este último foi o desencadeador do movimento.
Em 1991, em Manchester, Inglaterra, surgia a banda Rain, formada por Liam Gallagher (vocal), Paul “Bonehead” Arthurs (guitarra), Paul “Guigs” McGuigan (baixo) e Tony McCarrol (bateria). Logo, o irmão mais velho de Liam, Noel Gallagher, entra na banda como vocalista e compositor, renomeando o grupo como Oasis.
Em 1994, eles lançam o primeiro disco, Definitely Maybe, pela Creation Records. A gravadora os contratou após um dos empresários assistir a uma apresentação do Oasis e impressionar-se com o grupo. Este primeiro disco logo ultrapassou um milhão de cópias fora do Reino Unido, entrando para a história como o disco de lançamento de um banda que mais rapidamente alcançou uma vendagem tão alta.
Assim, logo o Oasis tornou-se a banda inglesa mais popular dos anos 90, ganhando uma legião de fãs que lotavam seus shows. Nos Estados Unidos, conquistaram espaço com a veiculação pela MTV dos vídeos Live Forever e Supersonic.
A euforia inicial em torno do Oasis, entretanto, não deixou que tensões quase acabassem com a banda: os irmãos Gallagher passaram a brigar constantemente, o grupo começou a atacar o Blur pela imprensa e o baterista Tony McCarrol deixa a banda em 1995.
Mesmo após esse abalo, o ego dos Gallagher não pareceu abalar-se; o grupo ficou marcado por declarações arrogantes, em que se consideravam como “os melhores” (foi assim desde a primeira vez em que tocaram juntos).
O segundo álbum, (What’s the Story) Morning Glory? de 1995, foi lançado quando passou a fase de turbulência, trazendo boas novas para o grupo. Neste disco, McCarrol já havia sido substituído por Alan White. ...Morning Glory? rapidamente alcançou o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e tornou-se o segundo álbum mais vendido da história da música britânica. É deste disco a música Wonderwall, repetidamente veiculada pela MTV e pelas rádios. Ainda para reforçar a boa fase, o sucesso do segundo álbum rendeu disco de ouro em vários países.
Os próximos anos foram de grande produção para a banda: em 1997, é lançado Be Here Now e no ano seguinte, The Masterplan. O ano de 2000 trouxe dois álbuns: Standing on the Shoulder of Giants e o duplo Familiar to Millions.
O sucesso do Oasis foi único na Inglaterra, na medida em que foi a primeira banda a caracterizar o britpop. Impulsionados por essa onda, vários grupos ingleses despontaram no cenário, representando a força de um novo movimento.
Chega-se ao Fim da História?
Meados da década de 90 ainda iria trazer o rock alternativo- um desenvolvimento do brit pop. Nesta época, a Inglaterra firma-se como um terreno fértil para o nascimento de bandas deste estilo, que caracterizou-se por uma sonoridade intimista: músicas mais lentas (sem solos de guitarra ou bateria), letras depressivas e vocais monótonos. Elementos da música eletrônica também são encontrados em alguns grupos como Fatboy Slim, Prodigy e Moby.
O Radiohead lançou o aclamado disco Kid A, passando a figurar no cenário alternativo da Inglaterra como uma das bandas mais aclamadas pelos críticos.
Mas os Estados Unidos logo se juntaram à Inglaterra no desenvolvimento do rock alternativo. Uma banda de grande influência para o movimento foram os norte-americanos do Pavement, que surgiu no início da década de 90. O disco Slanted and Enchanted, de 1992, foi bem recebido tanto pelos fãs quanto pela imprensa.
Um procedimento comum no que diz respeito ao lançamento de bandas de rock alternativo, foi a alternância entre os Estados Unidos e a Inglaterra – o que continuou em fins de 1990. No início do novo século, despontou um novo movimento denominado por muitos de “novo rock”.
Como destaca o jornalista e crítico musical Lúcio Ribeiro, algumas bandas são importantes personagens deste movimento: os suecos do The Hives, os norte-americanos Strokes e os australianos The Vines. Os primeiros influenciaram-se pelas guitarras “toscas’ do punk rock, até que em 1993 começam a se apresentar em bares europeus e chamam a atenção da imprensa inglesa.
Os Strokes foi aclamada por muitos como “a salvação do rock”; exageros à parte, a banda possui uma sonoridade básica e cru (com influência de Velvet Underground), além do visual e atitude típicos de Nova York. O carisma do grupo também é outro ponto a favor dos Strokes.
E assim, marcado principalmente pelo som das bandas de rock alternativo – e pela influência da música eletrônica - o rock inaugurou o século XXI.
História do Rock (2)
Surgimento
Resumidamente é uma combinação de elementos blues, boogie-woogie, jazz e rhythm and blues. Até os anos 50 era feito predominantemente por negros norte-americanos. Foi necessário criar um novo termo - rock'n'roll - e acrescentar o estilo country'n'western para despistar a sociedade branca e racista. O rock surge em meados de 1954 no sul dos Estados Unidos, quando um cantor branco com possante voz de negro entra num estúdio em Memphis chamado Sun Records para gravar acompanhado de um baixo, bateria e guitarra, que até hoje é a formação básica de uma banda de rock. O cantor era Elvis Presley e "That´s Alright, Mama" foi uma das músicas gravadas. Reza a lenda que alguém do estúdio perguntou com quem que Elvis se parecia e ele respondeu que não se parecia com ninguém. Outros elegem Chuck Berry ou até Bill Haley & His Comets como os inventores do rock. Mas isso não é provado, nunca saberemos quem foi a primeira banda de rock. A única certeza é que Elvis popularizou o rock e o tornou mais sexy, Bill Haley & His Comets foram uma das primeiras bandas de rock e Chuck Berry foi a base para todos os grandes guitarristas. Outros nomes importantes: B.B. King, Jerry Lee Lewis e Little Richard.
Invasão Britânica
No início dos anos 60 o rock estava integrado ao sistema e seus ídolos mortos, como Buddy Holly, domesticados, como Elvis depois de servir o exército ou mesmo presos como Chuck Berry, mas no outro lado do Atlântico, na Inglaterra, apareceram os Beatles, que se formaram no final dos anos 50, mas só lançaram seu primeiro compacto - Love me do- em 1962, e depois os Rolling Stones formado em 1962 (primeiro álbum lançado em 1964). Esses grupos deram nova vida ao rock e mesmo o salvaram do imobilismo.
Bob Dylan e o Folk Rock
Bob Dylan era o mais talentoso compositor de folk music, e não usava guitarra elétrica, até que em 1965 aderiu ao rock´n´roll e nos seus discos Highway 61 Revisited de 1965 e Blonde on Blonde de 1966 influenciou o estilo com letras poéticas e uma mistura de folk, rock e de blues. Com Dylan as letras passaram a ser consideradas literatura e os beatnicks e a vanguarda artística começaram a se interessar pelo rock. O grupo Byrds então começou a tocar música de Dylan com a levada dos Beatles e foi a banda de maior sucesso do folk rock. Posteriormente apareceu a banda Crosby, Stills, Nash and Young, da qual saiu Neil Young, que começou com o folk rock e nunca o abandonou totalmente, mas seu uso da guitarra o tornou o precursor do grunge. Brian Wilson, o gênio por trás do grupo Beach Boys, estava decidido a fazer um disco inteiro conceitual, e não apenas uma colagem de singles, como era costume na época. Então, fizeram Pet Sounds, um dos mais lindos álbuns da história do rock
Os hippies e o Rock Psicodélico
Na Califórnia e depois em Londres começaram a surgir os hippies, que pregavam a paz e o amor e a livre experimentação das drogas para uma maior abertura da mente. Os jovens se vestiam com roupas coloridas, pregavam o amor livre e se interessavam pela filosofia indiana. Vários grupos compuseram canções sobre o uso de drogas, como os Beatles em Lucy in the sky with diamonds e os Byrds em Eight miles high. Na verdade, Lucy in the sky with diamonds gerou polêmica pois supostamente aludia o uso de drogas, mas John Lennon afirmou que a música foi escrita com base num desenho de mesmo nome feito pelo seu primeiro filho (Julian Lennon) e no livro Alice no País das Maravilhas. Nos Estados Unidos surgem o Grateful Dead, Janis Joplin e na Inglaterra o Pink Floyd, que em seus dois primeiros discos fez um rock psicodélico.
Estilos do Rock
Década de 50: Rebeldes bem vestidos
Como dito anteriormente, uma mistura de jazz, woogie boogie, R&B e country, o rock and roll sempre causou problemas, porque misturava os pobres, os ricos e a classe média mais do que nenhum estilo anterior e representava a mente rebelde daqueles que eram jovens demais para ir à 2ª Guerra Mundial e viram famílias serem destruídas
Rockabilly: Conhecido como country-soul, foi o estilo de rock de Carl Perkins, Gene Vincent, Eddie Cochran, Johnny Burnette e Dorsey Burnette.
Country rock: é conhecido também como o lado “caipira” do rock. É bem parecido com o Rockabilly, e suas maiores estrelas foram Bill Halley, Jerry Lee Lewis, Johnny Cash e Bob Luman.
High-School rock: Um estilo de rock racista. Ele veio para substituir a música negra, aproveitando suas batidas animadas e as melodias contagiantes. As grandes gravadoras lançaram cantores e cantoras brancas, todos eles bonitinhos e bem educados, quase sempre regravando sucessos dos negros.
Classic rock: Esse tipo de rock é uma mistura de vários outros tipos de músicas sejam elas rock’n roll ou não. Seus maiores representantes foram Elvis Presley, Chuck Berry, Bo Diddley.
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Década de 60: Drogas, genialidade e atitude.
Momento mais popular e prolífero do rock, trazia as idéias de quem tinha visto o rock surgir e de quem não havia conseguido sucesso na década anterior, o movimento anti-guerra e as drogas, combinados deram origem ao pensamento dessa década.
Psicodelismo/Acid rock: O acid rock, buscava reproduzir os efeitos da maconha e do LSD usando distorções, pedais de efeito, teclados, escalas hindus ou muito volume. Os seus principais nomes do acid rock foram os grupos The Doors, Jefferson Airplane, Grateful Dead, Love e Jimi Hendrix. No psicodelismo, pressupõe se que não seja necessário tomar ácido para fazer acid rock, bastando usar distorção e efeitos "viajantes".
Rock experimental: Um rock que misturava elementos de vários estilos musicais, associáveis ao rock ou não. Costuma ser confundido com o progressivo e/ou psicodélico, embora rock experimental seja a melhor denominação. Caracteriza-se pela complexidade musical, menor que a do rock progressivo, mas ainda assim elevada. Beatles(fase final), Iron Butterfly, Jimi Hendrix, Frank Zappa e vários outros encaixam-se nessa categoria.
Rock progressivo: Músicas de longa duração, desde os quatro minutos até os discos de uma única faixa; utilização e apropriação de elementos de vários estilos não comumente associados ao rock: a música folclórica (do país da banda em questão), o jazz, a música erudita, o blues, etc. Exemplos mais ilustres: Yes, Genesis, Emerson, Lake & Palmer, Pink Floyd, Marillion, King Crimson, Rush. Marcantes na evolução do rock nos anos 60 foram os festivais de música, como o de Woodstock em que se apresentaram nomes como Jimi Hendrix e Santana e o de Monterey, que teve a presença de Janis Joplin. No Brasil, essa evolução do rock surgiu com A Bolha em 1965.
Surf music: Com pegadas fortes e distorcidas, e com traço principal o reverb (eco). Muitas das bandas são apenas instrumentais, podendo haver apenas o contrabaixo, bateria e guitarra. Dois dos principais representantes do estilo são Dick Dale e Surfaris. Na atualidade, podemos considerar a banda Los Straitjackets, e no Brasil Retrofoguetes. É importante não confundir Surf music com Surf rock, onde temos os Beach Boys.
Ópera rock: Estilo de rock que conta histórias com muitos minutos. As óperas mais famosas incluem Tommy e Quadrophenia, do The Who, Arthur, do The Kinks, S.F. Sorrow, do The Pretty Things e The Wall, do Pink Floyd.
Garage rock: Para estes roqueiros, celebridade e muita grana importavam ainda menos que sofisticação musical, qualquer um pode fazer rock de garagem, basta ter instrumentos, saber três acordes ou marcar um 4/4 e uma garagem ou quarto. É também conhecido como proto-punk, já que o punk foi inspirado nesse estilo. O estilo é conhecido, basicamente, pelas composições "Wild Thing", da banda inglesa The Troggs, e "Leader of the Pack", das americanas The Shangri-Las.
Blues rock: Esse estilo de rock contém extrema influência de blues, Rolling Stones, Janis Joplin, Doors, Cream e The Who são os precursores. Deu origem ao hard rock. Considerado por muitos um estilo purista.
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Década de 70: Rebeldia, peso e salto alto
No final da década de 60 houve um retorno a um rock mais direto e primitivo, como uma resposta daqueles que não gostavam da psicodelia, sendo que como resultado a psicodelia sumiu, deixando somente o seu "filho": o rock progressivo.
Hard rock: O estilo que marcou esta década combinava perfeitamente a modernidade do alcançada com o rock e o clássico, além de estilos como blues e jazz. As bandas conhecidas como a tríade que deram início ao movimento foram: Led Zeppelin (praticamente, o criador do hard rock) Black Sabbath e Deep Purple (para cujo estilo foi cunhado o termo heavy metal, para fins de definição), mas nomes como AC/DC, KISS, Queen, Rainbow, Whitesnake, Grand Funk Railroad, Blue Cheer, Aerosmith, Guns 'n Roses e Van Halen também acompanharam o estilo.
Glam rock: Rock com purpurina e salto alto, os nomes mais conhecidos internacionalmente são: New York Dolls, Gary Glitter, T-Rex, David Bowie, Roxy Music, Slade, Heart etc. No Brasil o grande representante do Glam Rock foi o grupo Secos & Molhados, que surgiu nos anos 70.
Punk rock: O punk rock foi o estilo que surgiu no final dos anos 70, quando o rock estava sofrendo um momento de impopularidade e as apresentações ao vivo não estavam fazendo muito sucesso. Pregava o jeito "eu não sei tocar mas vou aprender ao vivo mesmo" de fazer música, em direta oposição ao som extremamente esmerado do progressivo. Defendia a rebeldia e de certa forma herdou do rock a crítica social. Como principais nomes podem ser citados: Iggy Pop & The Stooges (os primeiros a delinear a sonoridade punk, ainda no final da década de 60),The Troggs, Sex Pistols, The Clash, Television, Ramones, Bad Religion, entre outros.
Década de 80: Peso, atitude e comercialização
Hair Metal: Nos anos 80 o hard rock "setentista" sofreu algumas evoluções e mudanças, bandas novas acrescentaram influências punk e glam na aparência e no visual, em alguns países esse estilo musical é chamado de hair metal. Bandas antigas também passaram a seguir o estilo, como Kiss e Van Halen. Exemplo de bandas novas: Poison, Bon Jovi, Mötley Crüe, Guns n' Roses, Mr. Big, Skid Row, Quiet Riot, Twisted Sister.
New wave: É um intermediário entre o pop e o punk. Recebeu também influências da disco music e dos ritmos jamaicanos reggae e ska. Seus principais nomes foram: B-52´s, Talking Heads, The Police, Duran Duran dentre outros
Heavy metal: Também conhecido como New Wave of British Heavy Metal, baseado no hard rock, já existiam músicas e bandas de heavy metal na década anterior, como Judas Priest e Motörhead, mas foi nos anos 80 que surgiram mais bandas tornando possível o heavy metal ser considerado mais que um pequeno ramo do hard rock; um estilo de rock à parte. Nessa década veio a se tornar um movimento contra o punk rock, primando pela qualidade musical e destreza de seus músicos. Entre os exemplos citam-se Iron Maiden, Judas Priest, Helloween, Motörhead, Saxon, King Diamond, Accept, Def Leppard, entre vários outros em suas subdivisões.
Thrash metal: O thrash metal é um estilo musical caracterizado por um ritmo acentuadamente mais rápido do que o heavy metal, porém usualmente com uma bateria mais estática, com menos repiques. As letras são usualmente gritadas pelos vocalistas, numa espécie de tentativa de se adequar aos temas violentos por elas retratadas. Entre os exemplos citam-se Metallica (primeiros trabalhos), Megadeth, Slayer, Sodom, Anthrax, Pantera e Sepultura.
Black metal:Influenciado pelo thrash metal (vide acima). O black metal é um sub-gênero do heavy metal com vocais guturais e os instrumentos muito mais pesados, suas músicas falam contra religiões monoteístas e falam sobre satanismo e paganismo. Entre os exemplos citam-se Venom (precursores do estilo), Mayhem, Burzum, Dimmu Borgir e Cradle of Filth.
Death metal: O death metal possui algumas semelhanças com o black metal mas é mais técnico e não critica com tanta intensidade as religiões, a maior parte de suas letras fala sobre morte, violência e niilismo. Entre os exemplos citam-se Death, Morbid Angel, Cannibal Corpse, Carcass e Napalm Death.
Gothic: Em música, chama-se de gótico, em geral, o rock lento, de predominancia de tons menores, que gera um clima de tensão nos ouvintes. Freqüentemente trata de passagens tristes e melancólicas em suas letras. Outra característica do gótico é o uso de aparatos de música eletrônica. Exemplos: Joy Division (considerados os precursores do estilo), The Cure, Bauhaus, Echo & The Bunnymen, Sisters of Mercy, Siouxsie & The Banshees.
Hardcore: Dead Kennedys, Discharge e Exploited são apenas alguns dos mais mundialmente queridos desta variante do punk, muito mais barulhenta e politicamente orientada (por isso denominada por alguns de "anarco-punk"). No Brasil Replicantes e Ratos de Porão são as mais conhecidas pelo grande público.
Rock brasileiro: Em outras décadas, artistas e bandas como Raul Seixas, Mutantes, Made In Brazil, Patrulha do Espaço, Secos e Molhados, Casa das Máquinas, O Terço e outros deixaram sua marca na história, porém foi na década de 80 que a cena brasileira do rock veio a experimentar seu maior período de popularidade e exposição na mídia. Neste período, surgiram centenas de bandas e artistas novos, como Legião Urbana, Ultraje à Rigor, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Ira!, Lobão, Engenheiros do Hawaii, Camisa de Vênus, Capital Inicial, Blitz, Lulu Santos e Kid Abelha.
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Década de 90: A rebeldia volta, mas morre
Britpop: algumas bandas inglesas, que por possuírem uma estética similar, embora sem representar um movimento unitário, costumam ser denominadas britpop. Entram nesta denominação grupos pop como Blur e Oasis assim como grupos menos comerciais como Pulp, Suede, The Stone Roses e Supergrass.
Grunge: este estilo se assemelha ao punk, mas o grunge tem um cuidado menor na polidez do som (daí o nome do estilo: grunge é um adjetivo em inglês que tem um significado próximo a "sujo") e letras relacionadas com depressão e angustia. Grandes nomes desse estilo foram: Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden, Mudhoney.
Neo-Psicodelismo: os ideais de paz e amor são retomados, mas sem a ingenuidade dos anos 60. Exemplo de bandas: Smashing Pumpkins, Cake, Black Crowes e R.E.M., entre outros.
Funk metal: Inspirado no balanço “funky” misturado a outras vertentes como o "Heavy Metal", o funk metal tomou forma nos anos 90, principalmente por causa de: Red Hot Chili Peppers, Living Colour, Faith No More e Rage Against the Machine.
Metal melódico/Prog Metal: Um estilo de heavy metal mais leve e cadenciado, bandas como Angra, Stratovarius, Nightwish, Dream Theater, Blind Guardian, Rhapsody e Evanescence são algumas das mais populares.
Indie-Rock: Bandas de garagem que participam do circuito "independente", fora do mainstream, como Radiohead, Pixies, The Strokes, White Stripes, Coldplay, Travis e Belle & Sebastian, além de algumas bandas britpop.
New metal: Também conhecido como nu-metal, é caracterizado por bandas que misturam passagens em estilo de rap ou de música eletrônica à sonoridade do rock pesado (analogamente ao Run DMC, nos anos 80). Por conta disso, é ignorado pelos entusiastas puristas de heavy metal. Bandas deste estilo incluem Korn, Static-x, Limp Bizkit, Adema e Slipknot. Alguns atribuem a origem do estilo ao funk metal.
Poppy punk: Estilo vindo da mistura entre o punk rock original, straight edge e grunge, cujas composições retratam, antes de tudo, a descompromissada vida adolescente, embora isto não seja uma constante. Grupos que se consagraram neste estilo incluem Green Day, Blink-182, NOFX e Offspring (estas duas bandas, as mais enraizadas no hardcore).
Década de 2000: A Predominância Indie
Com o Pop dominando as paradas, o rock parecia ter perdido a força, até que de Nova Iorque 5 garotos jovens, junkies e sujos aparecem com um EP com 3 musicas chamado The Modern Age. Com o surgimento desta banda, denominada The Strokes, o pop insosso e vago que predominou as paradas no final da década anterior dá lugar a algo mais consistente, que não depende de um único sucesso para vender um álbum, mas valoriza todas as músicas nele contidos. Mas não foram só os Strokes que viraram queridinhos da mídia: The Vines, Yeah Yeah Yeahs, Interpol e Libertines tambem foram chamados de "the next big thing" pelo fato de terem algo diferente em relação ao pop atual e terem um público que gosta deles mesmo sem nenhuma emissora os "empurrar goela abaixo". Franz Ferdinand (banda)Franz Ferdinand, Kaizer Chiefs, The Rakes, Bloc Party, Test Icicles, Arctic Monkeys e The Rapture também fazem parte deste movimento.
Paralelamente, o movimento emo explodiu entre 2003 e 2004. Gerado a partir do poppy-punk (estilo punk característico da década de 90 caracterizado, entre outros, por Green Day]] e Blink-182 e do straight edge (variação do punk criada pela banda Minor Threat), esse estilo se caracteriza pelas musicas emotivas, vocalista com voz desproporcional para a idade e um publico pré-adolescente pseudo-rebelde, o que reflete na imagem das bandas e artistas representativos do estilo, como CPM22 e ForFun no Brasil. Assim como o new metal em relação ao heavymetal tradicional, o estilo emo é consistentemente renegado por punks puristas, devido à noção de "atitude" pregada pelo emo, em alguns pontos oposta à original, por ser considerada "politicamente correta" demais.
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